11 de Setembro de 2001 – como o vi e vivi

Pessoas que se lançavam dos andares cimeiros para uma morte certa para fugirem do fogo que as cercava cada vez mais!

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  • 18:34 | Quarta-feira, 11 de Setembro de 2024
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Estes vinte e três anos parece que passaram a voar e paradoxalmente parecem muito tempo tendo em conta todas as mudanças que ocorreram em todo mundo a nível social, cultural e económico.

Foi um dia que nunca mais sairá da minha memória. Estava um dia muito bonito, nenhuma nuvem no céu, e recordo com uma precisão estonteante, as imagens, as sensações, os sentimentos e os comentários que acompanharam um dia que marcou a ferro e fogo o início do século XXI.

Lembro-me que estava na escola, no Secretariado de exames, nesta altura ainda se realizavam exames na época de Setembro, quando colegas que estavam na sala de professores nos informaram que um avião tinha embatido numa das torres gémeas em Nova York. De imediato desci as escalas e assisti em silêncio e aterrorizada às imagens que estavam a ser transmitidas.


Durante algum tempo todos os comentadores e aqueles que assistiam achavam que se tratava de um acidente aéreo e o que se lamentava era a perda de vidas que ainda não se sabia quantas iriam ser. Mas eis que de repente ali à nossa frente um segundo avião é nitidamente lançado contra a outra torre. A partir deste momento, o silêncio deu lugar à revolta e tornou-se evidente para todos que não se tratava de vulgares acidentes aéreos mas de um atentando devidamente planeado e executado.

Se dúvidas ainda houvessem foram completamente banidas quando se começou a falar no ataque ao Pentágono e do desvio do avião do voo 93 da United Airlines.

A incredulidade deu lugar a uma sensação de medo, de terror, de revolta perante um cenário que de tão real era assustador e que parecia ter sido tirado de um filme de acção ou de ficção científica.

Não queria acreditar que existiam seres humanos que eram capaz de fazer tanto mal a outros seres humanos!

Não queria acreditar que a América pudesse ser atacada desta forma e pusesse a nu as suas e as nossas fragilidades!

Não queria acreditar que o mundo poderia estar sujeito a actos tão violentos justificados por uma fé que nunca poderia ser utilizada para justificar tal barbárie!

Não queria acreditar naquilo que estava a ver em directo! Pessoas que se lançavam dos andares cimeiros para uma morte certa para fugirem do fogo que as cercava cada vez mais!

Não queria acreditar que estava a assistir a tanto terror, a tantas dúvidas e incertezas e que o pior de tudo era a sensação de impotência e de desnorte que os principais lideres mundiais demonstravam!

Não queria acreditar naquilo que via e hoje 22 anos depois recordo este dia como um dos mais assustadores da minha vida.

Naquela altura pensei muitas vezes que se tinha ateado um rastilho que poderia não ter fim. Hoje quero acreditar que apesar de tudo o que se passou depois deste fatídico dia, acções destas são mais difíceis de terem sucesso, porque infelizmente este dia mostrou que perante o terrorismo todo o cuidado é pouco.

Aos que perderam a vida neste dia, paz à sua alma!

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Publicado em Opinião