Rui Rio, tão rápido a escolher candidatos como a “voluntariosa exterminadora” Suzana Garcia para a Amadora, demorou muito mais a fazer a sua escolha para Viseu. E isto, não obstante ter um candidato à renovação, João Paulo Gouveia e outro ao “mais do mesmo”, Fernando Ruas. Ou talvez por isso mesmo. De facto, quando só há um a escolha está feita. Com dois é muito mais difícil…
Fernando Ruas encarna bem a falibilidade da lei da limitação dos mandatos, pois com quase três dezenas de anos à frente da autarquia, reciclado, volta em triunfo aos ombros de Rio e Alves. Quase como o seu correligionário do Sátão, Alexandre Vaz, que ora é presidente, ora é vice-presidente, ora é candidato a presidente. Abençoados “missionários”.
Algumas das questões que e para já se levantam são as seguintes:
Porque não escolheu o “boss” do PSD o candidato João Paulo Gouveia, vereador de Almeida Henriques?
Porque foi ao baú do passado buscar Fernando Ruas?
Provavelmente por temer a candidatura de João Azevedo e apostar em Ruas, receoso de perder o precioso bastião do “cavaquistão”, fiado num capital que ainda crê que este carreia às espaldas e que, após oito anos de afastamento e uma impenitente animosidade ao presidente cessante, acha ser, apesar de tudo, a única plausível mais-valia a apresentar. Será?
Por seu turno, Fernando Ruas nunca escondeu as suas mágoas com a gestão autárquica deste executivo, em concreto com a gestão autárquica de Almeida Henriques e virá de “unha afiada” para o ajuste de contas. Com quem, vitimado que foi pela Covid o seu oponente?
Não é, pois, uma candidatura de união, de coesão de paz. Mais parece ser de “revanchismo”.
Agora falta aguardar pelo seu programa eleitoral, pelas suas apostas para o futuro de Viseu. Mas falta mais, falta perceber quem traz consigo e quantos destes que vêm ou voltam são de facto os rostos da renovação, da inovação ou… um mero recuo ao passado, para nesse passadismo crónico manter Viseu a marcar passo.
(Foto DR)