Viseu, finalmente Rui Rio assumiu Ruas

Fernando Ruas encarna bem a falibilidade da lei da limitação dos mandatos, pois com quase três dezenas de anos à frente da autarquia, reciclado, volta em triunfo aos ombros de Rio e Alves. Quase como o seu correligionário do Sátão, Alexandre Vaz, que ora é presidente, ora é vice-presidente, ora é candidato a presidente. Abençoados “missionários”.

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  • 12:54 | Quarta-feira, 19 de Maio de 2021
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Rui Rio, tão rápido a escolher candidatos como a “voluntariosa exterminadora” Suzana Garcia para a Amadora, demorou muito mais a fazer a sua escolha para Viseu. E isto, não obstante ter um candidato à renovação, João Paulo Gouveia e outro ao “mais do mesmo”, Fernando Ruas. Ou talvez por isso mesmo. De facto, quando só há um a escolha está feita. Com dois é muito mais difícil…

Fernando Ruas encarna bem a falibilidade da lei da limitação dos mandatos, pois com quase três dezenas de anos à frente da autarquia, reciclado, volta em triunfo aos ombros de Rio e Alves. Quase como o seu correligionário do Sátão, Alexandre Vaz, que ora é presidente, ora é vice-presidente, ora é candidato a presidente. Abençoados “missionários”.

Algumas das questões que e para já se levantam são as seguintes:


Porque não escolheu o “boss” do PSD o candidato João Paulo Gouveia, vereador de Almeida Henriques?

Porque foi ao baú do passado buscar Fernando Ruas?

Provavelmente por temer a candidatura de João Azevedo e apostar em Ruas, receoso de perder o precioso bastião do “cavaquistão”, fiado num capital que ainda crê que este carreia às espaldas e que, após oito anos de afastamento e uma impenitente animosidade ao presidente cessante, acha ser, apesar de tudo, a única plausível mais-valia a apresentar. Será?

Por seu turno, Fernando Ruas nunca escondeu as suas mágoas com a gestão autárquica deste executivo, em concreto com a gestão autárquica de Almeida Henriques e virá de “unha afiada” para o ajuste de contas. Com quem, vitimado que foi pela Covid o seu oponente?

Não é, pois, uma candidatura de união, de coesão de paz. Mais parece ser de “revanchismo”.

Fernando Ruas, não obstante o seu estimável estágio curricular em Bruxelas, em Portugal com as costas voltadas do poder central, já não terá muito mais espaço para fazer rotundas, embora as possa reflorir com novas papoilas e voltar a fazer de Viseu uma urbe mais asseada. Mas será que chega?

Agora falta aguardar pelo seu programa eleitoral, pelas suas apostas para o futuro de Viseu. Mas falta mais, falta perceber quem traz consigo e quantos destes que vêm ou voltam são de facto os rostos da renovação, da inovação ou… um mero recuo ao passado, para nesse passadismo crónico manter Viseu a marcar passo.

 

(Foto DR)

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Publicado em Editorial