Segundo o JN de hoje, em 1ª página, escolas em férias abrem as cantinas aos pais de alunos para poderem superar situações de fome. Viseu é uma dessas cidades.
Em cada três crianças portuguesas uma vive com dificuldades e carências de todos os tipos.
A electricidade, diz um ministro com cara de quem acabou de sair do seminário de Lamego, vai baixar para 20% de portugueses. Achamos bem. Mas vais subir para aproximadamente 80%. E com aumentos na ordem dos 3,5%. Achamos mal.
Mais uma sacanice cínica embrulhada em papel de nobreza social. Este é o mesmo ministro — como é que ele se chama, alguém ajuda? — que a propósito das grandes preocupações ecológicas, estribado nesse pretexto, vai fazer mais uma revolução de impostos Verdes. Nome colorido para rapinar mais uma vez os portugueses.
A sacar a fundo em tudo que bule, estão a conduzir o país para o mesmo nível de desigualdade, assimetria social e associabilidade da década de 60. Aquela década que levou centenas de milhares de portugueses a emigrar, clandestinamente, de “assalto”, para não sucumbir à fome e à miséria. E nem se lembram que as sociedades não afectivas são geradoras de todas as violências…
Passos Coelho e Paulo Portas não só não inverteram a via do descalabro seguida pelo anterior governo, como ainda a agudizaram, conduzindo o país à beira da calamidade social.
Milhares de aposentados julgaram ir receber este mês o subsídio de Natal. Contavam com ele para o equilíbrio do orçamento deficitário e altamente periclitante do seu agregado familiar. Afinal, recebendo durante o ano uma reforma mais reduzida, souberam que, e ainda assim, já traz incluída, em duodécimos, o dito subsídio. Como? Podem explicar isso melhor, sff…? Um aposentado recebe uma reforma mensal menor e ela já inclui o tal duodécimo? Então e se não incluísse, de quanto tinha sido a machadada? Outro roubo disfarçado. Mais um. É sempre a somar.
Coelho e Portas trouxeram a fome e a miséria. Eles são o rosto de três devastadores anos de governação. Ainda vão continuar mais uns meses. Para acabar com o país e vender o que ainda falta. A magra pele, engelhada, no corpo esquálido, que cobre o esqueleto quase nu de um Portugal pedinte. Uma política de napalm que leva o poder local a suprir a violência do poder central em algumas áreas, nomeadamente na aquisição de medicamentos para os idosos (Sernancelhe) ou, conforme à notícia supra referida, a calar a fome nas cantinas escolares, nesta época e nestes tempos tão tristes, desalmados e desalentados de um Natal sem pão.
Só esperamos que Almeida Henriques não se lembre de chamar as televisões para mostrarem ao mundo a sua generosidade…