Como escrevi num editorial passado, o CM é um quotidiano da nossa comunicação social de leitura obrigatória e despreconceituada. De estudo e investigação até, se quisermos ser curialmente justos e mais abrangentes.
Aliás, se é lido diariamente por dezenas de milhares de portugueses é porque muita efectiva qualidade lhe encontrarão, seja no “fait-divers”, na “presspipole”, nos escândalos dos políticos e ex-políticos do PS, nos craques da bola e suas namoradas, nos casamentos do Pinto da Costa, nos banqueiros caídos em desgraça, nos acidentes fatais, nos homicidas perturbados, nos vigaristas encalacrados, nos coloridos anúncios das promissoras prostitutas e travestis, nos agitados gangues da noite, nos assaltos rocambolescos, nos raptos descontrolados, nos incêndios ateados, nas perseguições policiais desenfreadas e etc. e tal.
Logo, um repositório real do quotidiano português, para o qual bastante contribuem, também e ao mais alto nível, as colunas semanais dos nossos destacados opinion makers, entre as quais a do nosso estimado presidente da autarquia viseense, à terça-feira, assim como a de outros nomes sonantes do panorama político-vip nacional.
No decurso da minha última atenta leitura, qual não foi a minha perplexidade quando deparei com uma notícia sobre o alegado envolvimento do vice-almirante Cunha Lopes, ex-director-geral da Autoridade Marítima que, segundo o CM “foi exonerado por negócios suspeitos de milhões de euros com um empreiteiro que levou em visita oficial ao Brasil”.
Até aqui nada de novo. Mais uma trivialidade. Porém, a cara do alto oficial da Armada não me era estranha e, como nunca fui marinheiro, nem visitei o Alfeite, pensei, matutei e repensei até chegar lá, à descoberta de onde o conhecera.
Cunha Lopes era amigo ou conhecido (?) de um empresário viseense, à época gerente da Praxicenter, da SH – SGPS, do Jornal do Centro, etc., actualmente ausente em Moçambique, onde continuará sua auspiciosa carreira no mundo dos negócios e, no decurso de uma visita não-oficial a Viseu do citado vice-almirante, com outro membro da marinha cujo nome já não recordo, eu fora estranhamente convidado para almoçar em tão selecta companhia, creio que por alturas da Feira Franca, o que declinei com esmero e educação, por estar ciente, na minha contumaz humildade, de não ter competência para amesendar com tão altas patentes civis e militares.
Se não mudo de feitio não passo da cepa torta…