Os cidadãos atentos já perceberam que a Covid 19 que este 2020 nos trouxe veio para ficar, sem data de partida, apanhando-nos desprevenidos, impreparados e ainda pouco capazes de adaptar as nossas vidas e o nosso viver às regras que o vírus, de súbito, trouxe às nossas rotinas.
Nesta nova era, de mudança e alteração dos hábitos sociais secularmente instituídos, era em que tentamos perceber, por intuição e transmissão de informação, quais os comportamentos profilácticos a adoptar, a “peste” faz inúmeras vítimas, enriquece alguns, empobrece muitos, põe certas franjas da economia moribundas e outras a facturar milhões. Mata os mais velhos, mais frágeis e desprotegidos, vai poupando os mais novos e mais vitalmente fortalecidos. Não poupa ricos nem pobres, embora àqueles conceda tudo quanto o dinheiro compra em termos de saúde, isolamento, restrição de contactos, novas tecnologias, etc.
Entre outros (e são muitos…), os autarcas do meu país, na sua maioria e com as excepções que confirmam a regra, cabeça, tronco e membros do Poder Local, de proximidade e contacto directo e diário com os seus munícipes, têm sido uma poderosa força política activa na luta diária, nos seus territórios, contra a pandemia.
Mas nem eles, no terreno porfiados, alcançam o total sucesso nesta inglória luta. Este Verão gerou um natural fluxo de movimento de pessoas, do interior para as praias, das grandes cidades para o interior, do estrangeiro para Portugal, de Portugal para o estrangeiro, de turistas e emigrantes. Tempo de festas, de convívios e de descontracção que propagaram as inevitáveis consequências. Vem agora o Outono e traz consigo o início das aulas. Alunos, pais, professores, funcionários vão estar perante novos e grandes desafios, sempre cientes que, por exemplo, um aluno pode levar de casa para a escola a infecção ou trazê-la da escola para casa.
Sem alarmismos – mais que os necessários e providenciais – os estudos apontam-nos picos brutais de contágio para o início do mês de Dezembro.
O presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe e presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro, Carlos Silva Santiago, em declarações públicas comunicou, com a frontalidade que sempre lhe reconhecemos, que está infectado pela Covid 19.
Responsável e na assunção plena da cidadania activa que sempre praticou, deu o exemplo, não só local mas nacional, de todos os procedimentos que qualquer cidadão, em análoga situação, deve cumprir.
Em isolamento, o autarca mantém-se a partir do seu domicílio em contacto quotidiano com os serviços autárquicos e com as autoridades de Saúde, para implementar todas as medidas em prol do bem-estar da comunidade.
Termina o seu comunicado com esta mensagem:
“O apelo que deixo a todos é que não devem ter complexos em assumir se tiverem sintomas da Covid-19, devendo de imediato reportá-los às autoridades de saúde ou a Protecção Civil Municipal. Só assim, com união, com empenho e determinação de todos, vamos superar este momento. Sernancelhe conta com todos e eu conto convosco. Um abraço amigo”
Outra coisa não seria de esperar de Carlos Silva Santiago, autarca de quem me prezo e orgulho de ser amigo há mais de uma década e meia e com quem partilhei, partilho e partilharei muitos e excelentes momentos assim com alguns momentos menos bons, boas conversas e acesas discussões. Conheço-lhe a “fibra” e a determinação. A resiliência e a competência. O empenhamento e a missão. O Carlos é hoje o rosto autárquico de Sernancelhe, mas é-o também da CIM Douro, na sua luta constante e activa em prol deste território duriense.
Ao Carlos e sua família desejo, como desejaria para mim e para os meus, uma rápida e plena recuperação. Ele faz falta no dia-a-dia aos seus amigos, faz falta ao Concelho, faz falta aos seus munícipes, faz falta à CIM Douro…
À equipa autárquica, Carlos Santos, Armando Mateus, Hélder Lopes e a todos os funcionários do município um virtual abraço solidário.