Sernancelhe à sua espera…

O Concelho tem três ex-libris relevantes, Aquilino Ribeiro, a castanha, o Santuário Mariano da Lapa. E se cada um deles, na sua individualidade é aparentemente distinto dos outros, no fundo e na realidade, tornaram-se inseparáveis factores comunicantes de uma conjunta imagem de marca que é fundamental para a visibilidade e economia locais.

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  • 14:50 | Domingo, 06 de Março de 2022
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Mesmo em tempos difíceis, atravessados por “pestes”, guerras e aumentos estratosféricos do preço dos combustíveis, o fim de semana ainda vai dando para, de alguma forma, sacudir as poeiras semanais e aliviar um pouco a tensão destes dias sombrios, portadores de tragédias inesperadas.

Sernancelhe é frequente meta de nossas andarilhanças. Pelos amigos, pelo património, pela gastronomia…

O Concelho tem três ex-libris relevantes, Aquilino Ribeiro, a castanha, o Santuário Mariano da Lapa. E se cada um deles, na sua individualidade é aparentemente distinto dos outros, no fundo e na realidade, tornaram-se inseparáveis factores comunicantes de uma conjunta imagem de marca que é fundamental para a visibilidade e economia locais.


No passado fim de semana decorreu o 8º Festival das Sopas e Encontro de Ranchos, assunto já na Rua Direita tratado. No concelho vizinho, em Moimenta da Beira ocorreu a inauguração da estátua de Aquilino e dos lobos, numa homenagem há muito pelo Mestre merecida, também já aqui referida. O território a bulir…

Apreciar com tempo e disponibilidade este programa alargado, levou-nos a esquecer os cinquenta e poucos quilómetros de distância a Viseu (ponto de partida) e a ficarmos localmente de 6ª feira para sábado, pois na manhã cedo de 27 tinha aprazado visita à Lapa com três jornalistas.

A primeira surpresa foi o alojamento local seleccionado. No centro histórico, a um passo do Auditório, da Igreja Matriz e da Biblioteca Municipal, a “Casa da Martaínha”, propriedade de um casal da Cunha, em Sernancelhe radicado. A Marisa e o marido, simpáticos, acolhedores, eficazes…

Assim o constatámos à chegada, surpreendidos com a qualidade do restauro concedido à antiga casa matriz, com o bom gosto da decoração interior, com o aprumo e brio da arte de bem receber.

Desde a merenda de boas vindas ao apuro do pequeno almoço trazido à porta pela simpática Catarina C., esmerada na pontualidade, fartura e qualidade, até ao bom gosto funcional do espaço interior, tudo se conjugou para uma gratificante estadia.

O mote decorativo centra-se na castanha e em Aquilino. Daquela não faltam representações escultóricas e fotográficas, deste apresentam-se imagens, frases e livros, para ler ao serão ou durante a calma e sossegada manhã.

Pela manhã, bem cedo, de um sábado fresco, hora de rumarmos à Lapa. Excelentes estradas, boa sinalização, em 15 minutos lá chegámos para nos encontrarmos com o Amadeu, o José Fernandes e o Rúben, jornalista e foto-jornalistas de manga arregaçada para fazerem um trabalho sobre o queijo da Lapa.

O senhor Abel Monge foi o anfitrião. Com ele os jornalistas falaram, à sua queijaria na Quintela da Lapa se foi de visita, onde a Dona Carmo e a menina Helena, foram excelentes cicerones.

O tempo escoou-se asinho, com visita ainda ao Santuário e obrigatória passagem nas esconsas paredes do lajedo, onde não cabem os pecadores (nem os claustrófobos…).

Sernancelhe soube potenciar os seus recursos, e ao difundi-los por todo o Portugal, atraiu o turismo literário, religioso, lúdico, impulsionador da economia local e regional.

Por isso, em cima dizermos que Aquilino, a castanha e o Santuário da Lapa são pedras angulares para a criação de riqueza, nesta capilaridade que nos mostra, sem dúvidas, o mercado a funcionar.

Faça como nós… vá a Sernancelhe e veja com os seus olhos tudo isto… e muito mais.

 

(Fotos RD; fotos castanhas e sopas @Paulo Pinto)

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