Ungido pode significar várias coisas, desde untado com substância oleosa até aquele que foi alvo de sagração. O estimado leitor, criterioso e crítico escolherá…
Um pouco por todo o lado e também aqui em Viseu há uns fulanos que, mercê das benesses e mordomias que sempre lhe caíram no nédio lombo, têm o legítimo direito de se acreditarem “eleitos”, tal a facilidade e velocidade com que lhes caem em cima as benesses.
Não porque tenham demonstrado algum mérito para isso, mas porque sempre estiveram no lugar certo à hora certa e sempre souberam, fruto de uma engenhosa lábia, cair nas boas graças dos decisores de momento, que simpatizando com o “chico-espertismo” demonstrado, lhes acham graça e lhes dão a graça do “tacho” por benefício da dúvida.
Lembra-me um ausente empresário local que, numa incomensurável auto-estima, se via capacitado para tudo ser. E se lhe diziam “Amanhã vais ser almirante!”, ele célere corria a vestir a farda e pele. No outro dia, se lhe dissessem “Vais ser piloto de jactos!”, veloz subia para a carlinga. Um dia disseram-lhe “Vais ser empresário!”. E ele acreditou e por uns tempos o foi até deixar a “berrar” todos quantos nele haviam confiado, de seguida partindo, talvez de submarino, para país mais cálido em costumes e mais desejoso de gente do seu calibre.
Por isso, estes ungidos, só falham mesmo quando tentam fazer alguma coisinha da vida por competência própria. E aí, sem o colinho quente dos amigos de ocasião, logo se estatelam ao comprido, cientes de que só ao serviço da “res publica” – Mãe tolerante – atingem a plenitude das suas capacidades.
E tanto dão para administradores públicos, como para deputados, presidentes de federações, presidentes de câmara, etc. Desde que o lugar os sirva, lá encontrarão modo de fazer de conta que estão a servir o lugar…
Tal praga!