O voo dos abutres

E porém, isso representa muito pouco perante o apocalipse vivido pelos ucranianos, que perdem os seus entes queridos, os seus bens, os seus lares, a sua pátria, que perdem tudo e, de repente, os que se salvam, têm que recomeçar uma vida a partir do zero, despojados de tudo, menos do seu ódio ao "danado".

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  • 10:26 | Segunda-feira, 14 de Março de 2022
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“Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres” (Mt 24:28)

 


 

O imperialismo nacionalista do inominável déspota russo, para além da desgraça que está a provocar nos seus compatriotas que o elegeram e que, mais ou menos inocentemente, pagarão por isso, já arrasou e destruiu um país soberano, já matou milhares de ucranianos e de russos, civis e militares, já prendeu milhares de russos que se manifestaram contra a insanidade do seu czar – lá, a “democracia” musculada prende, quando não assassina, os seus opositores – já provocou o maior êxodo europeu desde 39/45, com perto de três milhões de ucranianos em fuga do seu país invadido e já acelerou, colateralmente, o pré colapso de várias economias.

Entretanto, os grandes especuladores internacionais, vão desmesurando os seus lucros e aumentando sem cessar as suas arqui-milionárias fortunas.

Do armamento aos combustíveis, o negócio vai de vento em popa. Porém, com os brutais aumentos destes últimos, um pouco pelo mundo fora, milhões de cidadãos estão a ser diariamente espoliados para que os obesos abutres mais engordem.

O forrobodó dos aumentos semanais, já não de 2 ou 3 cêntimos, mas de dois dígitos e em crescimento, provoca o brutal encarecimento de tudo em seu redor. Mesmo dos produtos que pouco ou nada dependem dessa desalmada especulação, mas aproveitam a boleia para entoar os clamores da desgraça e ganhar mais uns anchos milhões.

Aliás, as notícias “bem colocadas” já provocaram as consequentes corridas ao açambarcamento de bens essenciais, o que dá muito “jeito” a certos sectores.

E porém, isso representa muito pouco perante o apocalipse vivido pelos ucranianos, que perdem os seus entes queridos, os seus bens, os seus lares, a sua pátria, que perdem tudo e, de repente, os que se salvam, têm que recomeçar uma vida a partir do zero, despojados de tudo, menos do seu ódio ao “danado”.

 

 

E isto porquê? Porque um louco desumano com poder declarou guerra, para já, à Ucrânia, país vizinho e soberano, e mais tarde, quem sabe, à Polónia, à Finlândia, à Roménia, à Moldávia, à Hungria, à Noruega… numa potenciação gradual, até despertar a Europa caduca do longo e cómodo inverno da sua hibernação.

Entretanto, a China e os EUA talvez riam para dentro, a pairar e em voo planado, à espera do momento certo para partilharem os despojos da guerra.

Nada mais será como até aqui neste sandeu cenário. Mas também o melhor do ser humano vem ao de cima: a solidariedade é disso o pungente e comovente exemplo e prova-nos, uma vez mais que são muitos milhares a ajudar as vítimas, perante o gáudio alarve de poucas centenas de refastelados eunucos gordos.

 

(Fotos DR)

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Publicado em Editorial