Um belo início de semana brindado por um esplendente sol que nos desamparou por uns dias e que nos deu um radioso fim-de-semana. Sol será de pouca dura mas bom para as vindimas. Já que o governo não dá benesses ao sector primário — só as promete — que ao menos a meteorologia não lhe seja adversa.
Almeida Henriques, o “vinhateiro-mor do Dão” deve impar de felicidade. Ele e os seus petizes confrades, futuros vinicultores de amanhã, pois já toda a gente percebeu que esta área é próspera, lucrativa e meio de riqueza para quem nela labora. Pelo menos para alguns.
Tsípras posto em causa sujeitou-se a novas eleições. O povo grego legitimou-o por mais quatro anos, por muito que tal legitimação custe a engolir aos restantes tesos e subservientes continentais que tudo fizeram para o aniquilar, em contexto europeu, quando a voz da solidariedade se devia erguer mais alto. Tsípras — e não falo em termos ideológicos — provou que há vida para além da canga que tipos como Pedro & Mariano carregam nas suas nédias e servis cachaçaceiras.
Ontem, por acaso, passei na Rua do Comércio onde, ao alto, num prédio particular, a coligação PàF inaugurava a sua sede de campanha. Meia centena de fervorosos entusiastas entre alguns amigos e muita gente de bem entremeada com alguns porfiados e eternos “políticos profissionais e do cochicho”. O RD deseja o merecido sucesso nesse dia festivo e de forte “simbologia impactante”.
Fui aluno da saudosa Professora Andrée Crabbée Rocha (Andrée Jeanne Françoise Crabbé Rocha) esposa de Miguel Torga (pseudónimo do médico/escritor Adolfo Rocha). Foi ela quem publicou os meus primeiros escritos, nos Cadernos de Literatura, do INIC… e que bem saí logo ao lado do (imaginem?) Luís Vaz de Camões! Por seu intermédio, uma vez conheci o grande escritor duriense, homem de poucas falas e semblante carregado que me dispensou, complacente, 3 minutos de sua preciosa atenção enquanto eu gaguejava a minha admiração por sua obra.
Deixo aqui uma frase dele que hoje li numa rede social:
“É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso.
Falta-nos o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.”
É que a não ser assim, pegava-se num estadulho e davam-se umas fueiradas no monsieur Patrick Drahi, CEO da Altice, nova dona da PT, que não tem papas na língua:
“Eu não gosto de pagar salários. Pago o mínimo que puder!”
Voilà, gaulesa, a nova versão dos vis “negreiros” d’antanho.
O meu amigo JAN questionou: — E então? Há outros que não gostam de pagar impostos, principalmente à segurança social…
E não deixa de ter razão! Os exemplos vindo a montante…