Liga dos Campeões no Porto e Chega em Coimbra – a descentralização possível

Foi um bom fim de semana. Tivemos os ingleses no Porto e os “Cheganos” em Coimbra. A isto chama-se descentralizar. Os primeiros vieram ver jogar os seus “teams” e aproveitaram para renovar o vetusto mobiliário urbano da cidade, assim como para esvaziar uns milhares de barris de cerveja que se estava a “estragar”. Os segundos vieram, “de novo novamente”, ao panegírico do chefe...

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  • 11:55 | Segunda-feira, 31 de Maio de 2021
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Como uma rock star, Matteo Salvini, líder da Liga Norte, da extrema-direita fascista italiana, ex-vice-primeiro ministro e ministro do interior em 2018 e 2019, conhecido entre outras “virtudes” pela sua radical xenofobia, veio dar uma mão ao “irmão” Ventura. Esse, e uns fulanos de uma rica “igreja”… a Maná, creio eu.

 


(Foto DR)

Muito bem. Os amigos são para as ocasiões e, de facto, o Chega, de congresso em congresso (o próximo será em Junho ou Julho?), ciente de que a CS lhe concede holofotes plenos por cada fim de semana em que reúne as hostes para debater o “milagre” que este partido representa, na óptica e palavras do seu líder, convidou quem pôde, ciente de que é fundamental ter estes “alavancadores” a dar suporte, eco e cunho de internacionalismo ao estriduloso “meeting”.

Aliás, a brevíssimo trecho, o grande sonho seria um Portugal do Chega, uma Espanha do Vox, uma França da Frente Nacional e uma Itália da Liga Norte. Veio o Salvini, em falta, para já, ficou a Marine e o Santiago, este talvez por ainda se encontrar refugiado no hotel, em Ceuta, depois dos desacatos que provocou.

Também ausentes no encerramento, estiveram os representantes do PSD, doridos da zurzidela que levaram no sábado e da IL, por motivos não informados. Felizmente que o “Chicão” do CDS apareceu, talvez esperançado em obter uma mãozinha do colega Ventura… a troco de uma secretaria de Estado no novo governo a ser firmado pela tríade Chega, PSD, CDS.

Foi um bom fim de semana. Tivemos os ingleses no Porto e os “Cheganos” em Coimbra. A isto chama-se descentralizar. Os primeiros vieram ver jogar os seus “teams” e aproveitaram para renovar o vetusto mobiliário urbano da cidade, assim como para esvaziar uns milhares de barris de cerveja que se estava a “estragar”. Os segundos vieram, “de novo novamente”, ao panegírico do chefe, que e segundo o seu eventual calendário de estratégia política, dele carece, no mínimo trimestralmente. Ainda assim, a direcção de Ventura, se não conseguiu o invejado unanimismo norte coreano de King Jong-un, foi reeleita com 79% de votos. Nada mau.

 

 

Entretanto, a direcção do PSD emitiu um comunicado onde refere, acerca deste congresso:

“Há limites que a decência e o bom senso não permitem que possam ser ultrapassados, quer na forma, quer no conteúdo das alocuções” e “esses limites, tal como é seu timbre, foram, mais uma vez, ignorados pelo líder do Chega”.

Mas, aliás, já do líder do PS, António Costa, dias antes, se tinha também queixado:

Se dissesse muito, caía num patamar idêntico ao dele, e não quero. A entrevista não teve o nível que deve ter para um primeiro-ministro. Os insultos quase que ele me fez não interessam para o futuro do país, mas tiro conclusões. Acho que, infelizmente, todos tiramos a conclusão de que o doutor António Costa e este Governo não quer fazer reforma nenhuma” em resposta à inamistosa tirada de Costa “Um cata-vento tem uma grande vantagem sobre o dr. Rui Rio: é que um cata-vento ao menos tem pontos cardeais, o dr. Rui Rio não tem.”

 

 

 

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