Este conceito de “greenwashing” surge com a emergência das preocupações ecológicas do mundo actual.
Mas afinal “greenwashing” é o quê? Fenómeno oriundo principalmente das empresas mais poluidoras que, de consciência intranquila e face às pressões públicas e mediática, resolvem investir em argumentos ecológicos para forjar perante o público uma imagem ecoresponsável que, na realidade, não existe ou é manifestamente insuficiente perante as mensagens explicitas a fazer crer o contrário.
É uma apropriação, face às críticas e à acção dos movimentos ecologistas, de uma falsa virtude ambientalista, por recurso a palavras e campanhas de marketing mais centradas nas palavras que nos actos.
Esta falta de consciência ecológica ou ecoconsciência, acrescida da inoperacionalidade dos governos, reféns dos lóbis económicos, arrasta a grande velocidade o mundo para um abismo já quase intransponível.
As desflorestações e as energias fósseis, responsáveis maiores do aquecimento global, são dois relevantes factores de áreas destruidoras do meio ambiente.
E desconfiemos dos sectores onde palavras como “uso sustentável”; “eco”, “origem natural” recobrem todos os produtos à venda, por exemplo, no mundo da moda, e tenhamos presente o escândalo do grupo VW cujos veículos não cumpriam as normas ambientais, o designado “dieselgate” do qual a empresa começou por se desculpar como sendo um defeito de fabrico e que acabou por levar à demissão dos CEOS e ao pagamento de coimas estratosféricas, além dos danos inquantificáveis causados à imagem do grupo.
E não é por acaso que hoje, muitos logos de empresas altamente poluidoras têm gaias cores verdes e estilizados desenhos de bonitas plantas e árvores. É a mentira do marketing, a vender com cinismo gato por lebre.
(Fotos e imagens DR)