Fernando Ruas teme Almeida Henriques?

Cremos que não teme. Porém, para Fernando Ruas, não parece fácil nem viável uma recandidatura à CMV. Independentemente do que afirma numa . Onde Ruas invoca uma legislação para o efeito impeditiva, mero pretexto de quem parece não ponderar ir à luta pois, a desculpa dada . Provavelmente, será de outro tipo o problema obstativo: 1º Ruas […]

  • 13:18 | Domingo, 27 de Novembro de 2016
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Cremos que não teme. Porém, para Fernando Ruas, não parece fácil nem viável uma recandidatura à CMV. Independentemente do que afirma numa .
Onde Ruas invoca uma legislação para o efeito impeditiva, mero pretexto de quem parece não ponderar ir à luta pois, a desculpa dada .
Provavelmente, será de outro tipo o problema obstativo:
1º Ruas está confortável em Bruxelas;
2º Porém, lá, se os proventos mensais são “cómodos”, o poder real é diminuto.
Em Bruxelas, Ruas é um entre um milhão e cento e quarenta mil habitantes. Ninguém o conhece.
3º Até agora, Ruas tem tido o apoio do presidente do PSD, Passos Coelho, de quem sempre foi um poderoso suporte e esteio. Contudo, se os ventos, no seio do partido trouxerem outro líder em breve, Rui Rio, por exemplo, que será de Ruas? Dentro do partido e em Bruxelas?
4º Almeida Henriques, que ainda não foi oficial e formalmente indicado pelo partido como candidato a Viseu, apesar de ele próprio já ter tomado essa iniciativa por mais do que uma vez, com certo “nervosismo” e ansiedade, colocou estrategicamente o seu lugar-tenente, Joaquim Seixas, como presidente da concelhia local. Será suficiente?
5º Por outro lado, a distrital do PSD liderada por Pedro Alves, Carlos Silva Santiago e Rui Ladeira que opinião tem sobre o assunto? Ruas tem pouca simpatia entre os autarcas do seu partido, no distrito. E há-os na distrital. Será viável Passos Coelho tomar posição acerca disso, em contra-ciclo?
, transmite toda a verdade factual?
6º Ruas é um “aparelhista”. Algum dia ele viabilizaria uma candidatura sua ao arrepio do partido? Como independente, por exemplo?
7º Não obstante, como diz o Compadre Zacarias, Ruas “nem desmonta nem sai de cima”, pairando como um espectro fatal sobre este executivo que o substituiu, recusando reiteradamente o “Viriato de Ouro” que ele criou, entregue pelas mãos do seu sucessor, mantendo uma postura crítica e atenta a muitas das iniciativas de Almeida Henriques.
Que quer isso dizer?
8º Esta atitude, a permanecer ao sabor da indecisão, vai-o aos poucos desacreditando. Viseu não aprecia tabus, nem mitos sebastiânicos ou messiânicos. Quer decisores corajosos. E ele é um decisor corajoso. O que espera?
9º A nova geração de votantes, a quem foi dada, não os empregos prometidos, mas muita festarolice, ainda se lembra de Ruas?
10º Finalmente, estando sensivelmente a 10 meses das eleições autárquicas, quando é que se tomam decisões?
Sabe-se que o PS não consegue arranjar um candidato, Borges e Rebelo recusando a “luta”, cingidos ao usufruto das mordomias. Ou Borges está-se a guardar para Lamego?
Que o CDS está profundamente desacreditado com o “desgastado” líder.
Que o PCP tem uma provável “grande” candidata, Filomena Pires, mas um distrito hostil à sua ideologia.
Que o BE se mantém fechado em copas e com reduzidas probabilidades, também pelo motivo anteriormente referido.
O cenário é, pois, todo favorável ao PSD, num território outrora apodado de “cavaquistão”, conquistado tenazmente por Luís Martins (quem o recorda?) e “esfarelado” por Mota Faria, na sua liderança medíocre.
E se surgir uma candidatura independente?
Sabemos hoje que começam a aparecer perspectivas viáveis e fortalecidas de candidaturas independentes dos partidos políticos, com hipóteses ganhadoras em alguns concelhos, por falência partidária e desacreditada gestão autárquica.
Há quem pense ainda que, talvez do próximo Outubro a 4 anos, esta possa vir a ser a realidade cada vez mais dominante a nível não só do distrito de Viseu, mas no âmbito nacional.
Porém, voltando atrás, à pergunta do jornalista na referida entrevista, Ruas responde “nim” e remete para uma lei ambiguamente citada, numa verdade de La Palice, o que é estranho num homem com as responsabilidades e traquejo político dele:
“Contempla a hipótese de voltar a candidatar-se à presidência da Câmara de Viseu, que foi a sua casa durante 24 anos?
Eu não contemplo nem deixo de contemplar, não é um sim nem um não. Ao fim destes quatro anos eu estou livre, sou um viseense, um cidadão de Viseu. Hei de aguardar por posições do partido, naturalmente. Neste momento, nem que me quisesse candidatar não podia, ainda estou debaixo do castigo imposto pela legislação.”
Porque a lei nº 46/2005 de 29 de Agosto refere, no seu ponto 2:
“O presidente da câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido.”
Se efectivamente, Ruas foi presidente da CMV de 1983 a 2013, está fora dessas funções desde 2013.
Ao fim destes quatro anos eu estou livre” refere na entrevista. A lei não diz que ele, em 2017 não pode ser candidato… por isso, pretextá-lo com esta frase “Neste momento, nem que me quisesse candidatar não podia, ainda estou debaixo do castigo imposto pela legislação”, é meramente utilizar um artifício de retórica ou um estratagema de recuo, pois falamos de parcos meses.
Talvez Ruas ande a contar as espingardas e tenha constatado não ter “canos” e/ou pólvora suficientes para enfrentar as hostes “contrárias”.
(fotos DR)
 

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