Alguém de quem gosto faz 32 anos.
Fora de casa está um frio de barbear um homem rijo.
No café da esquina, o CM em cima da mesa, expõe a croniqueta do “colega Almeida”.
O email manda-me as capas de 13 quotidianos nacionais.
Nem tudo é mau nestes quatro cenários…
Nos jornais, estão na ribalta Bruno de Carvalho e o magistrado Rangel. As contas da Protecção Civil que suscitam dúvidas em 68 milhões dados aos bombeiros. Isabel dos Santos também deve ser muito boa pessoa, pois lhe acodem os “ministros-gabadores” de serviço. A corrupção, transversal, está por aí em força. Na Justiça, no caso Macedo, nas Escolas, na Protecção Civil, na Operação Fizz…, dizem eles. Mas o que parece trazer o país em “estado tsunami” é um cidadão exaltado, de nome Bruno de Carvalho, homem do futebol. Pior, o Estado parece que deu em “caloteiro”, a pagar tarde e mal. Ainda há uns títulos codificados, para iniciados, do tipo “Matemática é toda azul” e “Acionistas do BCP preparam board mais pequeno”. Estamos combinados…
A “coisa“, nesta terça-feira, não parece assim tão calamitosa. Deve ser do frio.
Porém,o que nos vale e tonifica é a leitura matinal das “Terras do Demo” (?) do “colega Almeida”, essa sim, uma peça sempre saborosa. Tão saborosa quanto a biquinha matinal.
Desta feita, o querido autarca titula-a “Uma rede poderosa” e quando pensávamos ir ler sobre a dita “corrupção” que por aí dizem alastrar, deparámos com a “diáspora portuguesa”, lembrando-nos aquele autarca de má memória, de um concelho vizinho, julgado e condenado por más e criminosas práticas, que afirmava acima da sua terra estar “só Deus” (?), o qual não lhe valeu na aflição, e que muito fez pela diáspora lusitana, pois se fartou de “gandular“, quase tanto “voando” como um deputado do PSD que anda para aí há duas décadas, a “dar ao pedal”, mundo afora, na tal de “diáspora”. O viseense “deputado easyjet”…
Diz o “colega” que está em Toronto, no Canadá. Que bom… Quem lhe terá pago a “escapadela”? E nem nos fala do frio, pois já todos sabemos que não é homem de “rua(s)”, mas sim de um arrepio…
“No distante Canadá, na cidade de Toronto, onde me encontro, voltei a sentir um arrepio na espinha…”
E depois de gabar com toda a justiça os emigrantes locais e os que existem mundo afora, lá vem com sua “dama”:
“Boa parte da dinâmica recorde de reabilitação do centro histórico de Viseu, conseguido nos últimos 3 anos, é justificada por esta imensa rede de afetos.”
Ó “colega“, a qual dinâmica recorde se refere? A que tem na cabeça ou a que tem no local? Se for a primeira, aceitamos, pois a sua imaginação é leira fértil, quase tão proficuamente fecunda quanto a do seu “homem do turismo e da cultura”, mas no local??? E a tal “dinâmica recorde” é justificada pela “rede de afetos”? Não quer explicar isso melhor? Essa coisa de reabilitação e afectos é o quê?
E para rematar, este lançador de pontes, em busca dos apoios que cá lhe escasseiam, atira a escada ao pilar: “Podemos fazer da nossa diáspora uma embaixada de excelência no mundo. Uma embaixada que abre muitas portas e janelas.”
Bom, cuide-se que, com o frio que está ainda se constipa, se não for pior… Não tarda, o Sobrado, que já está há 15 dias sem apresentar “slogans”, arrancará com a campanha: “Viseu – Embaixatriz no Mundo”…
De facto, uns dólares vinham mesmo a calhar. Ah, e sempre pode vender uns tintos, no mercado da saudade.