E agora, Teresa?

    A conservadora Theresa May pagou hoje a arrogância da sua postura e a soberba dos seus discursos e das suas leis, nomeadamente contra idosos e doentes, a quem agravou impostos, bem como as suas falhas fatais no âmbito da segurança interna. O Brexit também não terá sido alheio… De uma confortável maioria absoluta […]

  • 9:28 | Sexta-feira, 09 de Junho de 2017
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A conservadora Theresa May pagou hoje a arrogância da sua postura e a soberba dos seus discursos e das suas leis, nomeadamente contra idosos e doentes, a quem agravou impostos, bem como as suas falhas fatais no âmbito da segurança interna. O Brexit também não terá sido alheio…
De uma confortável maioria absoluta de 330 deputados eleitos, passou a 314, 12 deputados abaixo do número que lhe permitiria ser soberana dama do parlamento britânico.
O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, foi a grande surpresa destas eleições ao eleger mais 32 deputados, passando para 266.
May vai ter que fazer alianças. Os nacionalistas escoceses não parecem nada dispostos a aliar-se aos conservadores e contam com 34 deputados. Outrotanto sucede com os 14 eleitos dos Liberais Democratas.
Contas feitas, Trabalhistas, SNP e LD, perfazem o mesmo número de deputados eleitos pelos Conservadores. Não vai ser fácil May formar governo, mas vai ser muito mais difícil, se o conseguir formar, governar com ele, pois todas as medidas, uma por uma, terão que ir a incertas votações, morosas discussões e improváveis consensos.
May virou-se de frente – e de trás – para Trump e virou decididamente costas à Europa. O problema foi o enorme “manguito” que o ainda USA President lhe fez, e aquele que, pela teoria da reciprocidade, a CEE lhe irá fazer.
A velha Albion não merecia os líderes que democraticamente elegeu, emergentes de teias de conflitos, de populismos, demagogias e, fundamentalmente, da síndrome do terror, a qual, bem aproveitada, deu resultados efémeros na GB e serviu de lição, por exemplo, para os franceses repudiarem a extrema-direita do FN le Peniste.
A extrema-direita colou-se ao discurso do medo e com ele fez valer as suas bandeiras. Os radicais islâmicos, bizarramente, tornaram-se os seus principais “aliados”. A globalização liberal onde os mercados se sobrepõem aos eleitos também não é alheia ao facto.
Enquanto o ser humano não voltar a ser o centro das preocupações mundiais – e Trump prega esta política negativa, ao serviço dos grandes grupos económicos que o dominam – a solidariedade não existirá e o ultraliberalismo económico, alimentado pela especulação dos mercados, não deixará de devorar o planeta, cavando um fosso cada vez mais fundo entre ricos e pobres e a natural emergência de revoltas, ondas de violência e todas as espécies de terror(ismo).
 
Nota
Actualização às 13H00 —» PC: 308 deputados; PT: 257: SNP: 34; LD:12

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Publicado em Editorial