Este é um título do CM de hoje, o meu diário predilecto desde que o autarca viseense nele lavra apurada e cultural crónica semanal.
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Quando se diz que é a CGD que perde 278 milhões de euros está incorrecta a afirmação. Sendo um banco público, perde o país e perdemos nós todos.
Agora, perante os factos consumados, o que interessa perceber é o que segue:
Quem foram os responsáveis que autorizaram este empréstimo? Nomes…
Quais as consequências por não terem acautelado a “coisa pública”?
Houve negligência, incúria, facilitismo, amiguismo…?
Que responsabilidades lhes vão ser assacadas?
Vão-lhes penhorar os bens?
Porque se deixou arrastar este incumprimento durante dez anos?
Quem são os proprietários da empresa que contraiu o empréstimo?
Que bens possuem?
Qual o aval ou garantias exigidas pelos responsáveis que concederam o empréstimo à empresa em causa?
Quem são os avalistas?
Quais são as garantias?
O empreendimento de luxo parou e a empresa entrou em PER. O que é o PER?
É um Processo Especial de Revitalização (eufemismo de falência) criado no governo de Passos Coelho, por um secretário de Estado aqui da zona, para “salvar” empresas insolventes.
A coisa, em traços muito gerais, passa-se assim: quando o PER é judicialmente autorizado, os credores, públicos (AT, SS, etc.) e privados ficam à espera (sentados) que a empresa se revitalize, o que raramente acontece, sendo até, nalguns eventuais casos, delapidados os bens da massa falida que seriam, naturalmente, pertença dos credores.
Cheira-me que aqui em Viseu poderão existir alguns prováveis bons exemplos…
Entretanto, a CGD vai fechando balcões, despedindo os colaboradores – principalmente aqueles que não tenham sido nomeados politicamente – e anda para aí por trancos e barrancos, nos esconsos semideiros da infausta desgraça, por causa de 20 ou 30 credores em “PER” e para penalização de 4 milhões de pequenos e médios clientes.
Agora, também ela foi, enfim, REVITALIZADA em milhares de milhões… E quem pagou? Os do costume, claro.
Pela pesquisa feita, aqui se deixa uma transcrição de 2009, do que o empreendimento visava e comportava:
«Enquanto condomínio de acesso privado, privilegia a tranquilidade e serenidade de um ambiente único para os seus moradores, pelo que toda a circulação de bens e serviços (mercearias, lavandaria, lixos, cargas e descargas) é efectuada por acesso subterrâneo criado para o efeito, reduzindo assim qualquer interferência junto dos seus habitantes», explica a empresa em comunicado.
Os preços variam entre os 2,7 e os 7,5 milhões de euros.
Os interessados têm à escolha uma selecção de moradias, townhouses, apartamentos duplex e penthouses.
Os proprietários de imóveis têm total acesso aos serviços e facilidades da Quinta do Lago, incluindo o uso dos campos de golfe, serviços de mordomo, organização de eventos, chef, consultor de adega, entrega de compras, serviço de lavandaria e até serviço de pequeno-almoço.
A tecnologia é parte integrante dos Projectos, permitindo que os proprietários tenham o máximo controlo das suas residências através de acesso pessoal pela Internet, podendo receber e-mails e mensagens de texto quando algo específico ocorre ou em caso de acesso não autorizado. Entre as acções possíveis neste tipo de controlo estão os sistemas de iluminação e aquecimento, a refrigeração e os sistemas de segurança. Todas as habitações estão equipadas com elevador de acesso aos vários pisos.
Algumas das características do serviço seis estrelas são: room-service 24 horas, serviço de mordomo, recepção e registo de convidados, entrega de mercearias, serviço de lavandaria, tratamento de SPA ao domicílio, escanção e serviço de aconselhamento de vinhos, chef ao domicílio, planeamento de eventos, serviço de bebidas na piscina, transfers para o aeroporto, etc.”
Vejam lá o que perdemos…