António Almeida Henriques, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, o homem que adora holofotes e microfones, aquele que reitera ser a sua “consciência o seu juiz“, volta à ribalta, numa excelente peça da Sandra Rodrigues, hoje vinda a lume no JN.
Clamando aos sete ventos a sua inocência em todo este Processo Éter, ciente de que ao fim de uma semana toda a gente esquece os episódios negativos, Almeida Henriques continua a sua desastrosa gestão autárquica imperturbável, como se nada se passasse, como se a PJ fosse uma horda de brincalhões inoportunos e o DIAP uma tertúlia de amigos, entretidos a criar “cabalas” em redor desta personagem que, a continuar assim, corre o risco de se tornar um “stude case“, mas por motivos pouco abonatórios.
O desplante e o despudor que assistem a certos políticos é, também, um sinal dos tempos. Dos tempos em que a impunidade quase se tornou modo e apanágio de acção, levando muitos a agir com uma crença numa imunidade quase total. Ou pelo menos assim o julgam, pois a JUSTIÇA em Portugal, a Justiça em que todos acreditamos, não dá tréguas a quem da Lei faz letra morta e da sem-vergonha roupagem do quotidiano.
Nesta notícia da Sandra Ferreira, a forma como se contratam “amigas de amigos” a 2.500 €/mês (um técnico superior do quadro com 30 anos de exercício ganha metade), se não fosse obscena seria, no mínimo, imoral, injusta, arrogante, prepotente, abusiva e lesiva do erário público…
O PSD, partido pelo qual Almeida Henriques se candidatou, mantém um “silêncio ensurdecedor“, decerto na presunção de inocência do seu “companheiro“, que intenta levar o mandato até ao fim e, decerto, recandidatar-se a próximo mandato.
Por mais que o presidente da distrital, Pedro Alves, aprecie e seja solidário com Almeida Henriques, desmesura-se a possível insensatez. Também a concelhia do PSD, com Joaquim Seixas — o vice-presidente da CMV que saiu a correr — , pactua com este silêncio. Terão ficados todos afónicos?
Até quando se continuará a descredibilizar um partido político, uma autarquia, Viseu e os viseenses?
Ao que se lê… uma VERGONHA!