Por cá ou em Timor, Fernando Figueiredo continua atento à nossa realidade. Não esqueceu os dois anos de actuação do executivo comanditado por Almeida e Henriques e fez o seu balanço.
Balanço atento, pormenorizado e muito crítico.
A nota dada é um Medíocre.
De facto, Almeida Henriques revela-se dos piores presidentes que a CMV teve nestes últimos 30 anos. Sem ideias, festaroleiro, esbanjador, desatento ao essencial, apostador no supérfluo…
Dado à aparência e muito pouco à essência, fez da “festa” seu mote e chavão, parecendo não ter a capacidade de dar o passo que Viseu merecia, como não merece, laboriosa e séria cidade, ser conotada apenas com o vinho no qual este executivo fez a sua mais forte aposta, senão a única.
Muito na cidade está ao abandono, inclusive estruturas de lazer como o parque radial de Santiago, o Fontelo, o parque urbano da Aguieira… Muito fogo faralho nas florinhas das óbvias rotundas, mas lixo cabonde onde a vista menos se detém.
Sem política cultural coerente, o que não é de estranhar com a respectiva vereadora; com um Guilherme Almeida pouco zeloso e encostado às boxes, deixa grande parte do trabalho nas mãos de nomeados, que não eleitos, assessores e quejandos. Rapaziada boa para o foguetório promocional do inexistente, autênticos prestidigitadores da ilusão, ou ilusionistas.
Ao lixo juntam-se os veículos abandonados por todo o lado e as calçadas dos passeios despedradas. Acresce-lhes uma poluição visual assustadora e muita negligência, por trancos e barrancos.
As grandes linhas estruturais do seu mandato revelaram-se até hoje um redundante fracasso, como bem escalpeliza Fernando Figueiredo.
A política económica é um flop. A cultura é de mercado. O desporto é para inglês ver. Desde que haja jornais louvaminheiros (pudera, alguns são por ele quase mantidos!) e televisões assestadas sobre o “parecer” (a troco sabe-se lá de quê!), tudo o resto, para além da propaganda e auto promoção mediática, é quase nulo.
Há um desejo de agradar muito patente desdobrado e fracassado num não saber como nem quando nem o quê, funcionalizado no facilitismo imediato da rijeza do culto a Baco e na atoarda trompeteira, frequentemente a roçar a idiotia nas propostas apresentadas. Honram-se as escassas excepções.
Nada aparece de original, de construtivo… Há munícipes esquecidos, os das periferias, os idosos, os carenciados. Para esses, basta uma ida a Fátima ou ao Sameiro e duas sandes, que mais não merecem. Há freguesias votadas ao desprezo (não, não falamos da do professor Diamantino… essa vai de vento em popa na arte do “quase nada”…).
Aos jovens dá música. É mais fácil do que criar empregos.
Depois, basta dar uma volta ao interior da urbe, de preferência com uma câmara fotográfica ou de filmar (não daquelas do serviço encomendado ou pago) e deixar falar as expressivas imagens.
A meio do mandato, rodeado de uma corte de bajuladores oportunos e prenhes de avidez, não se vislumbra um fio condutor lógico e coeso na sua praxis autárquica… Afinal, o rei vai muito nu.
Por isso, o Fernando Figueiredo deu-lhe Medíocre. Eu acrescento-lhe um -… e sei do que falo, pois fui professor durante quatro décadas.
Última hora… a chuva da razão.
Pouco mais de 60 minutos de intensa pluviosidade quase nos puseram a remar. Tanto alcatrão nos locais da festa e tão pouca obra nos sítios críticos.
O leitor, atento e clarividente, tire suas conclusões.
Razão tem o Miguel Fernandes , e lapidar, di-lo assim e aqui…
http://atribunadeviseu.blogspot.pt/2015/09/a-arca-de-almeida.html