Depois de um número já sem conta de audições na CPI sobre a TAP, percebemos que todos os inquiridos, dos últimos 10 anos de governação, fizeram o melhor que podiam pela transportadora aérea portuguesa.
O que, por mais crédulos que sejamos, não pode deixar de nos deixar um tudo nada céticos.
Sendo assim, e apesar do annus horribilis da pandemia, porque terá ela custado 3,2 mil milhões de euros aos contribuintes?
E quando ouvimos cada um dos inquiridos, à vez, com competência, eloquência, inocência, lisura e lhanura, de olhos franzidos, maxilar espetado e dedo acusador brandido proferir que “eu salvei a TAP”; “sem mim seria uma catástrofe”; “os investidores estrangeiros são honestíssimos”, e etc. e tal, perante tão irrefragável assertividade, nós, os cândidos ouvintes, ignorantes e vulgares como qualquer cidadão comum, como poderemos duvidar da palavra de gente tão resoluta, decidida, importante e missionária?
Ao longe, nas montanhas frias, uiva a alcateia… mas não é de fome, que a barriga está cheia, é de gozo perante os parolos acéfalos que todos nós somos…