Liderado pelo ex-deputado socialista António Calvete, este grupo cujas iniciais “GPS” significam “gestão de participações sociais”, tem 23 instituições de ensino privado compostas por 14 colégios com contratos de associação e 9 escolas profissionais que são co-financiadas pelo Estado.
Ultimamente, o grupo GPS tem sido alvo de investigações. A PJ e o DCIAP estão no terreno e tentam dilucidar aquilo que a IGE nunca descobriu. As investigações desencadeadas têm na sua origem suspeita de branqueamento de capitais oriundos de dinheiros públicos e corrupção.
Só entre 2012/13 o grupo foi financiado pelo Ministério da Educação em 81 milhões de euros. Em 2010 terá recebido 33 milhões de euros e… por aí fora.
O grupo GPS nasce em 2003 a partir de uma entidade já com 7 escolas na região centro do país. Num decénio, expandiu-se com mais quase duas dezenas de escolas e alargou o seu raio de acção para empresas de actividade plural e diferenciada, que vão desde o sector imobiliário, ao turismo e telecomunicações.
Por seu turno, o actual ministro da Educação financiou em 2013 com 154 milhões de euros vários colégios privados. Foi acusado por vários sectores, professores, sindicatos, comunicação social, etc., de passar para as mãos dos privados a Educação, ao mesmo tempo que procedia ao encerramento de escolas do ensino público. Lembremos que em finais de 2013, com a entrada em vigor do novo Estatuto do Ensino Particular, este governo facilitou imensos contratos de associação com a flexibilização das normas que os regulam, independentemente de haver oferta pública disponível no raio desses estabelecimentos de ensino. Até final deste ano, o governo prepara-se para pagar mais 154 milhões de euros em contratos de associação.
Dentro de um organigrama pouco claro e com alguns contornos equívocos , o grupo GPS tem ou teve consultores que, de uma ou de outra forma, estiveram ou estão ligados a vários sucessivos governos. De entre eles, destacam-se, pedindo desculpa por qualquer involuntária omissão:
– José Manuel Canavarro, que foi secretário de Estado da Administração Educativa no governo de Santana Lopes;
– José Almeida, que foi director regional da Educação de Lisboa;
– Paulo Pereira Coelho, que foi secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna, no governo de Santana Lopes e secretário de Estado da Administração Local no governo de Durão Barroso;
– Domingos Fernandes, que foi secretário de Estado da Administração Educativa no governo de António Guterres;
– Linhares de Castro, que foi director regional-adjunto da Educação do Centro;
– José Junqueiro, que foi secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária no governo de António Guterres e secretário de Estado da Administração Local no governo de José Sócrates.
Em Viseu, ao que nos é dado saber, a instituição pertença do grupo é a Escola Profissional Mariana Seixas, cujo director, Gonçalo Ginestal, firmou em Julho passado um contrato com a CMV e o Montepio Geral para se mudar para o centro histórico da cidade, passando a funcionar em instalações daquela instituição bancária com os seus 350 alunos e 50 colaboradores. Na altura da celebração do contrato, Almeida Henriques frisou: “É um dia histórico para o coração da cidade e um marco no processo de revitalização, com especial significado no comércio tradicional, no arrendamento e na oferta de novos serviços” e rematou “A decadência da Rua Direita tem neste acordo um forte travão, diria mais, uma inversão de marcha.”
Esperemos que nada disto seja agora de algum modo posto em causa, pelas consequências que acarretaria para este local tão paradigmático de Viseu e também tão querido para nós e para o