Platão defende a ideia de que “se a alguém compete mentir, é aos chefes da cidade (…) para benefício da cidade”
“A República”
Fabricar uma ideologia em torno de mirabolantes mentiras
Posters usando imagens simbólicas, como poderoso meio de simples e eficaz comunicação recorrendo a uma metafórica imagética.
Neles, Hitler era sempre glorificado como o herói libertador.
O anti semitismo
Usando a desastrosa situação financeira sequente ao crash de Wall Street, em1929, os nazis acusaram os judeus de serem uma raça parasita e ligada às nações capitalistas para desestabilizar a economia e a cultura dos países de “acolhimento”. Nos posters, arte, cartoons, grafittis e filmes, os judeus eram equiparados a ratos ou miseráveis ladrões roubando o dinheiro dos honestos trabalhadores arianos alemães.
Controlo dos mass media
A rádio tornou-se a mais importante ferramenta do seu arsenal de propaganda. O ministro da Propaganda, Joseph Goebbels chamou a radio de “8º grande poder”.
Criou um esquema de financiamento de fabrico e distribuição de rádios baratos (Volksempfanger) que apenas captavam estações locais alemãs e austríacas controladas.
Filme e Cinema – Controlo da esfera social
Passou a controlar o que o povo pagava e via criando o Departamento do Filme em 1933 para difundir o Nacional Socialismo para todo o povo germânico.
Jornais – O controlo da imprensa
Der Sturmer foi o mais importante jornal criado pelos nazis para intoxicação da opinião pública, era essencialmente dedicado à propaganda da guerra.
Publicado por Julius Streichter era um tablóide anti semita e obsceno para aceder facilmente ao homem da rua, ou leitor comum. O próprio Hitler dizia que o lia “com prazer da primeira à última página”.
A demonização da oposição política
Igualando o opositor comunista aos judeus, a demonização serviu para atacar a ideologia comunista e o estado soviético.
Os filmes mostravam os comunistas como seres vulneráveis e acéfalos ao mesmo tempo que realçavam a supremacia germânica sobre judeus e comunistas, assim igualados e recriados como alvo a abater.
Mitologia – Contos populares e religião – Foco no mito nacional
Hitler reconheceu o poder da religião e da simbologia ocultista (esoterismo). A imagética cristã era frequentemente invocada na arte gráfica da propaganda, com um Deus teutónico.
Música e Ópera – Absorção da “alta Cultura”
Para Hitler os 3 grandes compositores eram Beethoven, Bruckner e Wagner. Destes, Wagner foi o mais apropriado pela Alemanha Nazi, com as obras O Anel dos Nibelungos e Parsifal.
Finalmente o foco no Führer, no próprio Adolfo Hitler
Toda a propaganda era centrada no culto do Führer, que pregava discursos carismáticos e poderosos, dirigidos ao nível de emoção dos ouvintes mais do que ao seu intelecto, num grau expressivo/obsessivo de comunicação teatralizada.
Em certas meios do poder local, vulgo autarquias e do poder central vulgo governo, muitos destes itens parece terem feito escola…
“À propaganda passaram a estar associadas palavras como mentira, distorção, engano, manipulação, controlo, entre outras. Por sua vez, apareceram também palavras e expressões que foram interiorizadas como sendo sinónimos da palavra propaganda. Dois bons exemplos desta situação, em língua inglesa, são “spin” e “news management”. Esta última emprega-se principalmente quando se refere uma estratégia de coordenação de notícias nos meios de comunicação social que visa minimizar uma opinião negativa e tenta apresentá-la da forma mais positiva possível para os interesses que defende; por sua vez o “spin”, quando se refere à influência do meio político nos meios de comunicação social, significa favorecer, adulterar, maquilhar, falsificar, ou corromper a imagem de alguma coisa, acontecimento ou indivíduo, é usado quando se pretende dar a conhecer uma situação de manipulação da informação política, sendo os assessores, consultores de comunicação ou relações públicas conhecidos por “spin doctors”.”
“Propaganda – da teoria à prática: uma análise da propaganda nazi”
Sandra Simões Pais