2013 desterrou/expatriou/expulsou/degredou 120 mil portugueses…
José Cesário, viseense e secretário de Estado das Comunidades Portuguesas contabiliza entre 100 a 120 mil portugueses saídos do país este ano, uma emigração “bastante alta, mas que se manteve estável devido à falta de emprego nos outros países” – valha-nos o optimismo, senão seriam meio milhão… Ou melhor, valha-nos o mal dos outros. Caro […]
José Cesário, viseense e secretário de Estado das Comunidades Portuguesas contabiliza entre 100 a 120 mil portugueses saídos do país este ano, uma emigração “bastante alta, mas que se manteve estável devido à falta de emprego nos outros países” – valha-nos o optimismo, senão seriam meio milhão… Ou melhor, valha-nos o mal dos outros.
Caro SE convinha acrescentar que a maioria destes 120 mil emigrantes é jovem. Os jovens com a vitalidade que tanta falta faz a um país em brutal desaceleração demográfica.
Convinha dizer que grande parte se compõe de jovens licenciados que não encontraram trabalho em Portugal, mas cuja formação superior custou milhões aos contribuintes nacionais e vai ser ofertada graciosamente (passe a repetição) no mercado internacional.
Convém dizer que o Portugal de hoje, com uma taxa média de desemprego próxima dos 20%, está a um nível semelhante ao do Portugal da década de 60, que via os seus filhos emigrarem às mãos-cheias por excesso de miséria e de riqueza mal distribuída.
Hoje, caro SE, mais de meio século volvido, outra vez com excesso de miséria e de riqueza mal distribuída, com muito betão, asfalto e amiguismo à mistura e toda a culpa dos sucessivos governos que por aí passaram, Portugal é outra vez, como outrora se chamava, “um país subdesenvolvido em vias de desenvolvimento”.
Só que ignoramos para quando este desenvolvimento. E mais importante ainda: para quem, este desenvolvimento.
Este retrocesso que nos põe na “cauda da Europa” não é só culpa das crises financeiras internacionais, do “crash” et all, é culpa das centenas/milhares de políticos medíocres que têm governado e governarão o país, pois o rotativismo que temos presenciado, tal como aquele que vigorou em Portugal de 1878 a 1900, põe no poder, alternadamente, o Partido Regenerador (semelhante ao PSD) e o Partido Progressista (análogo ao PS). O que os distingue? Pouca coisa, até na cor são semelhantes, laranja e rosa, sucedem-se exactamente quando as asneiras são muitas, para dar ao outro um mínimo de quatro anos para fazer igual ou pior, num regabofe insustentável, onde quem sai sempre a ganhar são as clientelas partidárias, os lóbis que arrastam atrás de si e os boys que aguardam pacientes mas ansiosos a sua vez de se governarem.
Entretanto, nada estanca a sangria desatada irrompida desta cordoveia rôta… 120 mil emigrantes/ano deixa-nos o país vazio, de esperança, renovação, juventude e vitalidade.
Vão ficando algumas crianças, muitos velhos e um ror de políticos incompetentes e ansiosos com ticket tirado na longa bicha de espera…