A Revista “Aquilino”

“AQUILINO”, Revista Literária da Câmara Municipal de Sernancelhe, 2016, N.º 3, de que se assume como Director, desde o primeiro Número, o douto investigador da obra de Aquilino Ribeiro, o Dr. Paulo Neto, cuidadosamente construída ao longo do primeiro semestre do ano, é agora referência maior para todos os estudiosos da imensa obra do Mestre […]

  • 11:02 | Terça-feira, 13 de Setembro de 2016
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“AQUILINO”, Revista Literária da Câmara Municipal de Sernancelhe, 2016, N.º 3, de que se assume como Director, desde o primeiro Número, o douto investigador da obra de Aquilino Ribeiro, o Dr. Paulo Neto, cuidadosamente construída ao longo do primeiro semestre do ano, é agora referência maior para todos os estudiosos da imensa obra do Mestre das Letras e para os comuns leitores que na mesma podem ancorar, mais seguros, os passos do Mestre nesta sua peregrinação que o levou de seu berço nas Terras do Demo à gloriosa morada do Panteão onde as cinzas já não contam e onde apenas a memória permanece, imorredoira.

A singularidade deste Número assenta na ausência de textos autorais e na relevância dada a essa poderosa iconografia determinada por dois registos de valia, o rosto iluminado de mais de uma centena de edições, quase sempre as primeiras, quadro que pela primeira vez se oferece ao público e a súmula de mais de duzentos “retratos”, verdadeiras coordenadas da tessitura dos fios de uma vida pessoal que se cruza com o mundo, ele, o homem, sempre presente, definidores, os tais retratos, enquanto tal, de uma quase escrita fílmica que corre desde um tempo de infância, menino de sua mãe, já dentro de portas do Colégio da Lapa, à entrada de um avião em que fez, voando já alto, uma última viagem, jeito de despedida desta terra que em breve deixava, cumpridos os dias.

Documentos preciosos, as capas dos seus livros, raras obras de arte de ilustradores seus amigos ou devotados admiradores da obra que souberam interpretar as atmosferas dramáticas de um Jardim das Tormentas, os inseguros passos de um adolescente n’A Via Sinuosa, o trágico destino das heroínas das Terras do Demo, as andanças aventurosas do almocreve Malhadinhas, todos nós.


Os “retratos”, loquazes, na sua verdade, distribuem-se em sincronias diversas que marcam quadros temporais distintos de uma vivência pessoal construída na circunstância que às vezes se rompe e que uma tábua cronológica intenta dar melhor a perceber.

“Aquilino” é uma revista para ficar. E, um dia por outro, para ficar à cabeceira.

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