UC integra projeto europeu que pretende utilizar a robótica para dar segunda vida a sapatos usados

O projeto REMAIN faz parte do Interreg Sudoe, o Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudoeste Europeu...

Tópico(s) Artigo

  • 16:17 | Domingo, 04 de Agosto de 2024
  • Ler em 2 minutos

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) integra o projeto europeu REMAIN – Robotic REMAnufacturing of deformable INdustrial Products, que pretende dar uma segunda vida aos produtos manufaturados, principalmente os da indústria do calçado, que gera uma enorme quantidade de resíduos descartados de forma inadequada.

«Este projeto consiste no desenvolvimento de novas ferramentas que permitam detetar danos em produtos usados e de um sistema multirobô capaz de desmontá-los e prepará-los para a sua reintrodução nas cadeias de produção. Para tal, será também avaliada a refabricação dos produtos atuais, oferecendo critérios de melhoria relacionados com a conceção dos produtos e os sistemas de fabrico, que serão incluídos num Guia de Eco design», explica Hélder Araújo, docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e coordenador do projeto na FCTUC.

«Trata-se de viabilizar o reparo do produto como alternativa à compra de um novo ou ao descarte de usados, de forma técnica e economicamente viável», revela o também investigador do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), acrescentando que o objetivo é também contribuir para a sustentabilidade ambiental, cumprindo assim os requisitos estabelecidos pela União Europeia nesta matéria.

O projeto REMAIN faz parte do Interreg Sudoe, o Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudoeste Europeu, que apoia o desenvolvimento regional através do cofinanciamento de projetos transnacionais através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).


De acordo com o consórcio, «a área SUDOE é composta por muitas pequenas e médias empresas com baixo nível tecnológico que produzem diferentes produtos de uso corrente e com um ciclo de vida curto, principalmente devido ao baixo custo, dificuldades de reparação/renovação, gerando assim uma grande quantidade de desperdício. Desta forma, pretende-se introduzir a remanufactura como parte do modelo de negócio», conclui.

O projeto é liderado pelo INESCOP, centro tecnológico do calçado, e fazem parte do consórcio a Federação Espanhola das Indústrias do Calçado (FICE), a Câmara de Comércio AIDA-CCI (Portugal); as universidades de Alicante, de Clermont Auvergne INP, de Coimbra e de Saragoça, bem com as empresas Automatic Control Numerical SL e SMA-RTY (França) e Associação Social Proyecto Lázaro España.

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Última Hora