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Decorreu nos passados dias 17 e 18 de Novembro, no Auditório Municipal de Sernancelhe, inserido nos “60 Anos da Morte de Aquilino Ribeiro” (1963/20223) o Congresso Aquiliniano subordinado à ampla temática “Académicos, Escritores, Pintores, Políticos e Santos”, numa co-organização da autarquia sernancelhense com a Universidade de Aveiro.
A abertura foi feita às 18 horas do dia 17, perante um auditório repleto de público, maioritariamente de professores vindos dos mais diversos pontos do país, desde o Porto a Castelo Branco até Leiria…
Estando o Presidente do município, Carlos Silva Santiago de presença impossibilitada por motivo de uma cirurgia realizada no dia anterior, representaram-no o vice-Presidente, Carlos Santos e o vereador da Cultura, Armando Mateus. Foi a este que competiu fazer a abertura e desejar as boas vindas. Seguiu-se-lhe Paulo Neto, director da revista literária “aquilino”.
Usaram da palavra, sucessivamente, Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro e os insignes jornalistas, António Valdemar e Henrique Monteiro.
Numa tertúlia de cariz mais coloquial, desfiaram-se memórias relacionadas com o escritor, com a política e políticos dos últimos decénios do Estado Novo, com a arte em Portugal, com a História e com a Literatura.
Houve momentos musicais a cargo de um conjunto de metais do Conservatório Regional de Música de Ferreirim.
Seguiu-se um magusto e convívio, no Centro de Artes.
No dia seguinte, pelas 09H30, após as boas vindas e a introdução contextual do programa e de referência às parcerias feitas entre Sernancelhe e a Universidade de Aveiro, por Paulo Neto, seguiu-se-lhe Eduardo Boavida, director da Bertrand Editora, que deu a conhecer, neste âmbito, a política editorial da empresa à qual Aquilino foi fiel durante a sua vida de escritor, referiu as obras editadas em parceria com as autarquias das Terras do Demo, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva e deu uma perspectiva geral do que mais estaria para vir a prelo.
Teve a palavra, seguidamente, Maria Eugénia Pereira, da Universidade de Aveiro, com uma comunicação subordinada ao tema “Concatenação de predisposições favoráveis em volta de Anatole France”.
Seguiu-se-lhe Anabela Oliveira, da UTAD, com a comunicação “Aquilino Ribeiro e Leal da Câmara: a inquietude dos olhares”.
Depois de uma pausa para café´, retomaram-se as actividades com Fernando Alexandre Lopes, do IPV, com a comunicação sobre Santo António: “Gradientes sensoriais e franciscanismo peculiar em Humildade Gloriosa, de Aquilino Ribeiro”.
Para encerrar o período da manhã, apresentou a sua comunicação Paulo Neto, director da “aquilino” com a comunicação de tema: “Um livre-pensador num ‘universo de fósseis’, em Anastácio da Cunha, O Lente Penitenciado”.
Depois do almoço, ocorreram as comunicações da tarde com Maria de Fátima Marinho, antiga vice-reitora da Universidade do Porto, sob o tema “Aquilino e o ‘génio da desgraça’”, trazendo à colação Camilo Castelo Branco, o homem e o escritor, sob o olhar crítico de Aquilino.
Seguiu-se José Cândido de Oliveira Martins, da Universidade Católica que, de certa forma, dando continuidade à palestra anterior, usou como tema: “Aquilino Ribeiro e o método de crítica histórico-literária em Camões, Camilo, Eça e Alguns Mais”.
Celina Arroz, do CESEM, da Universidade Nova de Lisboa, apresentou a última comunicação do congresso, “Leal da Câmara: O artista plástico e caricaturista na escrita e vida de Aquilino Ribeiro”.
O congresso foi encerrado com a alocução final de Maria Eugénia Pereira.
Nestes dois dias, perante um auditório esgotado, sempre partindo de diversas obras de Aquilino Ribeiro, trouxeram-se a lume, dando cumprimento integral aos objectivos definidos e à temática proposta, nomes grandes da literatura, da arte, da política, da hagiografia, da academia.
Neste acto de “falar Aquilino” deu-se voz a quem sobre a matéria a tem, abrindo-se perspectivas novas de leitura e estabelecendo-se novos desafios para a íntegra compreensão, na mais ampla latitude, da vida de coerência e coesão de Aquilino e na polifacetada obra do Escritor do Carregal, de Sernancelhe, de Portugal e do mundo.
Sernancelhe e a Universidade de Aveiro, com esta organização conjunta e o êxito obtido, honraram o Programa, que decorre de 7 de Maio de 2023 a 27 de Maio de 2024 “60 Anos da Morte de Aquilino Ribeiro”, no qual estão envolvidas as mais diversas instituições nacionais, desde a Bertrand do Chiado e a Bertrand Editora, o Santuário e antigo Colégio da Lapa, a Fundação Aquilino Ribeiro, as autarquias de Paredes de Coura, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva, as três últimas integrando o ”triângulo virtuoso das Terras do Demo”, a ESHT do Estoril, o Centro de Estudos Geográficos da UL, a FLUL, a Universidade de Aveiro, a Loja do Grande Oriente Lusitano, a revista literária “aquilino”, a Família do Escritor e o Panteão Nacional.
Recordamos que neste âmbito foi apresentado o número 5 da revista literária “aquilino”, a obra “Volfrâmio”, reeditada em parceria com Vila Nova de Paiva e com a presença dos prefaciadores Augusto Santos Silva e José Manuel Lello; a obra “A Via Sinuosa”, reeditada em parceria com Moimenta da Beira e com a presença do prefaciador João Barroso Soares. Será ainda reeditada “Geografia Sentimental, em parceria com Sernancelhe, em Maio do próximo ano, tendo lugar a Cerimónia de Encerramento no Panteão Nacional onde repousam os restos mortais do Escritor, que será homenageado com uma obra musical inédita, exclusivamente composta para a sua obra ”Valeroso Milagre” e que será interpretada pelo Conservatório de Música Regional de Ferreirim, Sernancelhe, havendo lugar à abertura da Exposição Fotográfica “Um Roteiro Aquiliniano”, da autoria de Paulo Pinto e Paulo Neto. Serão ainda homenageados os prefaciadores das obras de Aquilino reeditadas em parceria com as autarquias das Terras do Demo.
A saber:
Cinco Réis de Gente;
O Malhadinhas;
O Homem da Nave, Aldeia, Terra, Gente e Bichos;
Terras do Demo;
Uma Luz ao Longe;
Estrada de Santiago;
Volfrâmio;
A Via Sinuosa;
Geografia Sentimental.
(Fotos Paulo Pinto e 2Play)
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