Ao longo de 6 anos de atividade, o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) efetuou 17200 atendimentos, tendo sido acompanhados 1580 agregados familiares.
Neste período, as problemáticas evoluíram, sendo o contexto pandémico catalisador de novos fenómenos de vulnerabilidade social. Os novos desafios extrapolam, largamente, as questões relacionadas com a necessidade de recursos para fazer face às necessidades básicas. O coordenador, Mauro Oliveira, considera que “a realidade social se complexificou com diversas problemáticas a assolarem em simultâneo as famílias, incorporando novos desafios aos técnicos. Uma parte significativa dos desafios, apoiando-nos numa sólida rede de parceiros, são respondidos quase de forma imediata.”
José Carreira e Mauro Oliveira alertam para duas questões para as quais as soluções são mais complexas: as pessoas com mais de 50 anos que se encontram em situação de desemprego e as enormes dificuldades no acesso à habitação.
No que concerne ao desemprego 50+ dizem: “Não podemos deixar que o idadismo, preconceito em função da idade, condicione a vidas destas pessoas e que limite o contributo que podem dar à comunidade. É fundamental desenhar e implementar uma estratégia nacional, adequada, que permita uma rápida reintegração laboral, seja por contra de outrem ou por sua própria conta. Foi também com este objetivo que foi criada, pelos CLDS 4G Viseu Comunidade de Afetos e Viseu Positivo, a plataforma de emprego ViseuWork.”
O preço de arrendar casa subiu 4% em Viseu, nos primeiros três meses do ano face ao trimestre anterior, tornando quase inacessível o acesso a uma casa, por parte de muitas famílias e despoletando incumprimentos com as inevitáveis consequências para muitas famílias. As famílias portuguesas são as mais endividadas da OCDE para compra de casa. Relatório sobre habitação revela que um terço dos agregados mais pobres gasta pelo menos 40% do rendimento na renda da casa. A habitação social em Portugal ainda é escassa, com valores a rondar os 2% do stock de habitação. As famílias de rendimentos mais baixos são as que fazem um esforço maior para poderem pagar a casa, tanto nos arrendamentos, como nos empréstimos ao banco.
“Os recursos são escassos, Portugal não é um país rico. As soluções são difíceis de encontrar. Ainda assim, é urgente que se desenvolvam políticas públicas direcionadas para esta camada da população. O acesso à habitação é fundamental para aliviar a pressão sobre os grupos sociais mais afetados. Acreditamos que a Estratégia Local de Habitação de Viseu, que incorpora a «Nova Geração de Políticas de Habitação», pode dar um forte contributo na redução das dificuldades, uma vez que «os programas/medidas/intervenções a concretizar estarão direcionados, essencialmente, para agregados familiares carenciados.”
SAAS – O Serviço Atendimento Acompanhamento Social é uma resposta de primeira linha, promovida pelas Obras Sociais Viseu desde 2016, que visa assegurar o atendimento e o acompanhamento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de emergência social.