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Paulo Neto
“Foi sem surpresa que os deputados do PSD, eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu, receberam a informação do presidente do conselho de administração do centro hospitalar Tondela-Viseu. Não é a primeira vez que se comporta como “comissário político” ao serviço de uma estratégia eleitoral e partidária.
Se este comportamento era previsível, como facilmente se comprova pelo histórico de 2017 e pelo atraso em 4 anos na obra da urgência, estranha-se que o faça depois das audições parlamentares das ministras da Saúde e da Coesão Territorial. O “frete” político-partidário não justifica tudo. Compreendemos que, como está de passagem, não tem de responder às populações perante o futuro e, certamente, não sentirá dificuldade no acesso a estes cuidados especializados, em Coimbra, uma vez que há duas instituições públicas que os prestam.
O exercício de cargos de administração em funções públicas exige seriedade, respeito e sentido de responsabilidade por toda a população e um dever de transparência perante representantes eleitos pelas populações. Nem a Sr.ª Ministra da Saúde foi tão longe quanto o presidente do conselho de administração do CHTV! Mesmo discordando totalmente da posição da Sr.ª Ministra, esta merece-nos respeito pela sinceridade e frontalidade ao assumir no Parlamento e, em reunião com os autarcas da região, que não haverá Centro Oncológico até 2023. E foi ainda mais longe quando afirmou: “Se alguém andou a enganar os Viseenses, não fui eu.” Onde estava o presidente do conselho de administração nessa altura?
Infelizmente esta não é apenas uma querela político-partidária. Basta ouvir profissionais de saúde, técnicos especializados em fundos comunitários ou empresários na área da construção civil para se perceber que o calendário apresentado é uma falácia. Se tomarmos como exemplo as obras do IPO de Coimbra (praticamente para o mesmo efeito), a apreciação do projeto de arquitetura começou em 2016, o concurso apenas terminou em 2020 e só agora, em maio último, é que ficou garantido o financiamento comunitário… e a obra ainda não iniciou. Fica, também claro, que a prioridade do Governo foi o IPO de Coimbra e não o Centro Oncológico de Viseu!
Como a responsabilidade de decisão e compromisso cabe ao Governo e não ao conselho de administração, vamos aguardar que a Sr.ª Ministra da Saúde responda, por escrito, às perguntas para as quais não teve resposta e foi surpreendida durante a audição parlamentar.
Recomenda-se, também, ao presidente do conselho de administração que veja e oiça as declarações da Sr.ª Ministra da Coesão proferidas em audição parlamentar, onde explica de forma clara que não há financiamento disponível no POCentro/ Portugal 2020. O processo em curso apenas permitirá facilitar/ antecipar a apreciação da candidatura para o Portugal 2030.
Estaremos, como sempre estivemos, a fazer tudo para que esta unidade de saúde seja construída no CHTV. As pessoas são o objeto da nossa ação política! Estamos apenas e só ao serviço do interesse das populações! Não contem com os deputados de PSD para embarcar em narrativas de ilusão e opacidade para servir estratégias e calendários político-partidários e eleitorais.
Os Deputados do PSD/Viseu
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