As mulheres entre os 50 e os 75 anos que praticam regularmente hidroginástica têm menor probabilidade de desenvolver doença cardiovascular e estão menos dependentes da utilização de fármacos anti-hipertensores. É a conclusão de um estudo do docente de Fisiologia Clínica da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC), Helder Santos.
O docente concluiu que praticar hidroginástica duas a três vezes por semana (sessões de 60 minutos) contribui para a redução do índice de massa corporal (IMC) e da massa gorda, bem como para a diminuição significativa do perímetro da cintura e da espessura íntima média da carótida – um dos principais fatores de risco cardiovascular. “A pressão arterial sistólica [pressão máxima] e diastólica [pressão mínima] diminuíram com o exercício físico, o que significa que este tipo de exercício permite diminuir ou adiar o recurso a fármacos anti-hipertensores, prevenindo o desenvolvimento de doença aterosclerótica”, explica.
Na investigação “Avaliação de parâmetros vasculares e hemodinâmicos numa população idosa. Efeito do exercício continuado” – que resultou na tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, em 2018 – Helder Santos acompanhou, ao longo de um ano, 37 mulheres com idades entre os 50 e os 75 anos que frequentaram um programa de hidroginástica enquadrado nas regras do American College of Sports Medicine. As participantes foram divididas em dois grupos: um juntou mulheres que praticaram hidroginástica pela primeira vez; o outro incluía as participantes que já tinham treinado no ano anterior.
Helder Santos ressalva ainda a importância dos meios complementares de diagnóstico na prevenção de doenças cardiovasculares, bem como dos profissionais de saúde – nomeadamente e licenciados em Cardiopneumologia/Fisiologia Clinica – no acompanhamento deste tipo de populações.
O estudo “Avaliação de parâmetros vasculares e hemodinâmicos numa população idosa. Efeito do exercício continuado” integra a coleção Ciência, Saúde e Inovação – Teses de Doutoramento, editada pela ESTeSC. Trata-se do volume 19 desta coleção, que pretende dar a conhecer a ciência e investigação que tem sido produzida pelos docentes da Escola, no âmbito das suas teses de doutoramento.