Paradinha – o bairro deixado ao abandono

É responsabilidade da Câmara Municipal de Viseu, através da Habisolvis, garantir a existência no município de habitação social digna e que cumpra as necessidades da população. Esta responsabilidade não está a ser cumprida!

  • 9:21 | Quarta-feira, 22 de Setembro de 2021
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Após passagem pelos acessos e vias de circulação interiores do Bairro de Paradinha – Repeses, pode-se constatar o desleixo e a falta de um mínimo de manutenção, num espaço que deveria ter como intenção a integração e o apoio social de cidadãs e cidadãos mais desfavorecidos. Para tal, não basta criar infraestruturas que logo de seguida são deixadas ao desmazelo, com falta de vigilância e de manutenção, que certamente levarão ao desinteresse e à continuação de uma sensação de exclusão.

De facto, no referido Bairro de Paradinha, e contrariamente ao observado em outros locais públicos, pode constatar-se total falta de limpeza nas ruas e nos passeios, total abandono dos espaços existentes de recreio e lazer destinados às crianças, constituindo estes autênticos focos de insalubridade devido à existência de insectos, de roedores e de outras pragas (por exemplo pulgas, carraças e piolhos, pragas estas devido ao acesso ao referido espaço de recreio e lazer de animais não controlados e inexistência de limpeza e desinfestação).

Verifica-se também a destruição dos pinos em argamassa existentes para proteção ao estacionamento sobre os passeios, ficando expostos os ferros e metais interiores desses pinos de proteção, situação que provoca perigo iminente de acidente e atentado à saúde física dos adultos e das crianças que por ali circulam permanentemente.

Observou-se ainda a existência, nos espaços públicos, de veículos danificados e inoperacionais e de outros equipamentos diversos de sucata, constituindo estes um perigo de acidente e focos de insalubridade ambiental.


A habitação é um direito fundamental, consagrado na Constituição, a base de uma sociedade estável, coesa, justa, mas também uma garantia essencial mínima de qualidade de vida.

É missão das autarquias fazer a gestão da habitação social, onde não deve ser esquecida a dignidade. Programas sociais de habitação não podem ser sinónimo de guetos ou do tratamento de quem necessita deste apoio como pessoas de segunda, através da atribuição de habitações deficitárias e com condições degradantes.

Portugal tem apenas 2% de habitação pública, quando a média europeia é de 15%, mas em Viseu a habitação pública nem chega a 1%!

É responsabilidade da Câmara Municipal de Viseu, através da Habisolvis, garantir a existência no município de habitação social digna e que cumpra as necessidades da população. Esta responsabilidade não está a ser cumprida!

Por tudo isto, o Bloco de Esquerda de Viseu defende a extinção da Habisolvis, pela sua incapacidade de resposta na gestão da habitação social, com reintegração das suas competências na autarquia; a requalificação urgente dos Bairros Sociais; a reformulação do modelo de habitação social, no sentido de descentralizar e disseminar as respostas por todo o concelho.

 

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