O coeficiente Gini imobiliário, que mede a dispersão de preços nos diferentes mercados, coloca Madrid como o mercado mais heterogéneo de Itália, Espanha e Portugal
Em 2020, Roma e Madrid não registaram alterações, enquanto em Lisboa o coeficiente cai 1,5 pontos
Em Portugal, o Porto é a cidade mais heterogénea no preço das casas (79,9 pontos)
Évora apresenta a maior descida do coeficiente Gini (-4,9 pontos)
As mudanças no mercado imobiliário, provocadas pela pandemia, levaram a uma redução na diferença de preços entre as casas mais caras e mais baratas à venda nas principais cidades do sul da Europa, segundo um estudo do idealista, usando a base de dados de Portugal, Espanha e Itália. O coeficiente de Gini, utilizado para medir dispersão económica, apresenta um valor mais baixo na maioria dos grandes mercados do sul da Europa.
O coeficiente Gini
O coeficiente de Gini é usado para medir qualquer forma de distribuição heterogénea, sendo aplicado habitualmente para medir a diferença de rendimentos. O coeficiente de Gini é um número entre 0 e 100, onde 0 corresponde à completa igualdade (todas as casas têm o mesmo preço) e o valor 100 corresponde à completa desigualdade. O aumento ou diminuição do coeficiente não se pode relacionar com o aumento ou descida de preços, mas sim com uma maior ou menor homogeneidade do mercado de compra e venda de habitação.
Madrid é o mercado com os preços mais dispersos do sul da Europa, visto que a diferença entre as casas mais caras e as mais baratas atingem um coeficiente de Gini de 83,3. Segue-se o Porto (79,9), Valência (78,4), Milão (77,8), Turim (77,8), Barcelona (77,4), Málaga (77,2), Florença (76,9) e Nápoles (76). No lado oposto está a cidade de Bilbao (72,4), o mercado mais uniforme do sul da Europa seguida por Roma (73,6) e Lisboa (74,6).
As cidades portuguesas mais e menos homogéneas
Apenas Aveiro (0,6) e Funchal (1,5) sofreram uma subida do coeficiente Gini, o que supõe um aumento na heterogeneidade do mercado da habitação dessas cidades. Braga foi a única cidade portuguesa, das analisadas, onde se manteve o coeficiente inalterado.
Por outro lado, Évora foi o mercado que ficou mais homogeneizado em 2020 reduzindo o seu coeficiente em 4,9 pontos. Seguida por Viseu e Beja (-4,4 pontos em ambos os mercados), Setúbal (-4), Coimbra (-3,9), Faro (-2,5), Lisboa (-1,5) e Viana do Castelo (-1,3). Por último, a descida no Porto e Leiria foi de -0,7 e -0,3, respetivamente.
Apesar da descida do Porto, a cidade Invicta lidera o ranking das cidades portuguesas com o maior coeficiente Gini, 79,9 pontos. Seguida por Lisboa (74,6), Leira (68,5), Viana do Castelo (67,4), Aveiro (66,7), Évora (64,2) e Funchal (64,1).
Por outro lado, Beja é a cidade com o parque imobiliário mais homogéneo, com um coeficiente Gini de apenas a 54,8. Seguem-se Faro (59,6), Setúbal (60,5), Viseu (61), Coimbra (62,7) e Braga (63,7).