Se inicialmente a doença foi identificada nas comunidades piscatórias, hoje a doença está espalhada pelo território nacional e afeta mais de 50.000 pessoas em todo o mundo.
Para assinalar o Dia Nacional de Luta Contra a Paramiloidose, comemorado a 16 de junho, a Associação Portuguesa de Paramiloidose, com o apoio da AKCEA Therapeutics Portugal, vai lançar a campanha de sensibilização “Viver agora, com os pés no futuro”.
Apesar da informação que já existe, a “doença dos pezinhos”, como também é conhecida a Paramiloidose, está a espalhar-se pela população nacional.
«A doença está a ser detetada em novas famílias, que não tinham casos conhecidos nas gerações anteriores, pessoas com início tardio da doença, com sintomas e problemas diferentes daqueles a que estávamos habituados», daí a importância de se avançar com uma campanha deste género, sublinha Carlos Figueiras, Presidente da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Paramiloidose.
A ideia para esta campanha assentou na criação de um conjunto de ferramentas de comunicação em meio digital que, interligadas, têm como missão alargar o conhecimento sobre esta doença rara e clarificar alguns mitos associados.
«Sabemos que os primeiros passos são os mais importantes para travar a Paramiloidose. Hoje já existem novas terapêuticas para o tratamento da doença e que contribuirão para melhorar o dia a dia dos portadores da doença. Mas há muito que podemos continuar a fazer», salienta Guilherme Oliveira, Diretor Geral Akcea Therapeutics Portugal.
A Paramoloidose, também conhecida por amiloidose hereditária por transtirretina (hATTR) ou Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF), é provocada por uma mutação no gene da transtirretina (TTR). A mutação faz com que a proteína TTR esteja alterada e se acumule como fibras amiloides em vários órgãos. Esta doença afeta sobretudo adultos jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade. Os primeiros sintomas consistem em dor neuropática, alterações sensoriais à dor e à temperatura, dormência e formigueiro, fraqueza muscular e, entre outras, dificuldade em caminhar e alterações gastrointestinais. Estima-se que existam cerca de dois mil doentes em Portugal e 50 mil em todo o mundo.