«Querido pai», começou José Régio em Dezembro de 1946. Benilde, ou a Virgem Mãe seguira para a companhia de teatro Os Comediantes de Lisboa, que a solicitaram na expectativa de a levar à cena. O pai, apaixonado pelo teatro, que foi ourives por não ter podido ser actor, lia estas notícias com um prazer redobrado e respondia na volta do correio.
José Régio anuncia que não irá a Vila do Conde pelo Natal, e que o passará sozinho, na sua casa revestida de antiguidades e muitos santos, escura, ouvindo o som lúgubre do vento e o toque plangente dos sinos para a Missa do Galo.
«Um abraço para o pai do filho muito amigo», recomendou-se, com ternura, o José.
(Fotos DR)