O Bloco de Esquerda pela sua Comissão Coordenadora Distrital de Viseu tornou pública a sua preocupação com a situação dos transportes públicos no interior do país, nomeadamente no concelho e no distrito de Viseu.
“É sabido que a oferta de transportes públicos é muito deficiente no interior do país. Praticamente não existe ferrovia e não existe uma rede pública de transporte coletivo. As concepções que vão sendo feitas não servem a maioria da população por estarem desadequadas à realidade, da mesma forma que o planeamento das cidades, vilas e aldeias também não têm em perspectiva a mobilidade do coletivo na sua conceção, na sua construção.
Após o fim do Estado de Emergência e em pleno ‘desconfinamento’ onde muitos dos que estavam em teletrabalho ou em layoff regressam à rotina diária de trabalho, de procura dos serviços de atendimento do estado, ou mesmo na procura de emprego, deparam-se com uma realidade avassaladora. Na maior parte dos casos a oferta continua tão má ou inexistente como em pleno Estado de Emergência.
No concelho de Viseu, na concessão MUV, as linhas têm na melhor das hipóteses dois horários em cada sentido durante o dia, havendo mesmo sentidos com apenas um horário, quando antes da pandemia algumas destas linhas chegavam a mais de duas dezenas em cada sentido. Também houve, em alguns casos, a diminuição do tamanho dos veículos levando a casos de sobrelotação e inexistência de distanciamento social.
No que trata às linhas entre concelhos, responsabilidades das várias Comunidades Inter Municipais, os horários encontram-se muito reduzidos para as concessões da União de Sátão & Aguiar da Beira, Berrelhas e Marques (Barraqueiro), sendo que não há informação na Central de Camionagem de Viseu sobre qualquer horário para a linhas antes garantidas pela Transdev (antiga Guedes).
Damos o exemplo de uma denúncia que chegou à da Comissão Coordenadora Distrital de Viseu, uma utente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu que mora no concelho de São Pedro do Sul e que não tem qualquer transporte para as consultas programadas em Viseu ou mesmo para se deslocar dentro do concelho.
Há estudantes do 11.º e do 12.º que vão retomar as aulas e ainda não sabem como se vão deslocar, estando alguns municípios a substituir os autocarros que serviam toda a população por carrinhas que apenas servem estes alunos. Pais e educadores que não terão como acompanhar as suas crianças aquando da reabertura das creches.”