Impacto dos antibióticos na microbiota intestinal

O objetivo é alertar a população para o uso responsável dos antibióticos, que só devem ser tomados por prescrição médica e de preferência seguido da toma de probióticos, ajudando a evitar o desequilíbrio da microbiota intestinal.

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  • 22:15 | Terça-feira, 17 de Novembro de 2020
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Os antibióticos eliminam as bactérias responsáveis pelas infeções, mas também as outras que habitam o nosso organismo, desequilibrando a microbiota intestinal e podendo promover o aparecimento de várias doenças.
A evidência científica demonstra que há relação entre esse desequilíbrio e algumas doenças do aparelho digestivo.

A Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG) associa-se à Semana Mundial de Consciencialização Sobre o Uso de Antibióticos, promovida pela Organização Mundial de Saúde, com o lançamento de uma campanha de sensibilização sobre o impacto dos antibióticos na microbiota intestinal. O objetivo é alertar a população para o uso responsável dos antibióticos, que só devem ser tomados por prescrição médica e de preferência seguido da toma de probióticos, ajudando a evitar o desequilíbrio da microbiota intestinal.

Os antibióticos, essenciais no combate às infeções bacterianas, salvam muitas vidas. Contudo, combatem tanto as bactérias nocivas como as que têm funções importantes para o normal funcionamento do organismo e que se encontram, na sua grande maioria, no nosso intestino.

No caso do intestino, a eliminação das bactérias “boas” pode levar ao desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) e ser um “gatilho” para o desenvolvimento de outras doenças alérgicas e do Aparelho Digestivo. A Asma, a Obesidade, a Doença de Crohn e a Síndrome do Intestino Irritável são doenças que atingem milhões de pessoas e onde a evidência científica demonstra que existe uma forte relação entre elas e a disbiose.


“Quando a toma do antibiótico é necessária, o tratamento indicado pelo médico poderá ter de incluir, em simultâneo, um probiótico, para evitar a disbiose”, sublinha o Prof. Rui Tato Marinho, presidente da SPG e acrescenta que “os probióticos têm na sua constituição bactérias vivas, com benefícios para a saúde, desde a manutenção do equilíbrio do aparelho digestivo bem como a regulação do sistema imunitário, compensando agressões externas como o stress, a má alimentação ou toma dos antibióticos. Existem probióticos que, por serem resistentes aos antibióticos, apresentam um benefício comprovado na prevenção e tratamento da disbiose”. E conclui que “não devem ser tomados antibióticos desnecessariamente, uma vez que as infeções virais não se tratam antibióticos”.

A campanha de sensibilização da SPG, que inclui um filme (https://qnapfim.myqnapcloud.com/share.cgi?ssid=0K26pNG) sobre o tema, vai decorrer durante os meses de outono e inverno, época do ano em que os antibióticos são mais frequentemente prescritos. Acompanhe a campanha nas redes sociais da “Saúde Digestiva by SPG” no Facebook e no Instagram.

 

Microbiota

A microbiota humana corresponde a todos os microrganismos que colonizam o nosso organismo e com os quais convivemos diariamente: bactérias em grande parte, mas também vírus, fungos, leveduras e protozoários. A sua composição difere de acordo com as superfícies colonizadas, ou seja, existe a microbiota cutânea, a vaginal, a urinária, a respiratória, a da cavidade oral e a microbiota intestinal, anteriormente denominada como flora intestinal. No intestino vivem connosco 100 triliões de bactérias.

 

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