Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, esta época gripal deverá ser particularmente grave, especialmente para os grupos de risco.
Entre as múltiplas complicações que podem chegar com uma Gripe, a Pneumonia é uma das mais graves e é particularmente incidente nesta altura do ano. No Dia Mundial da Pneumonia, o MOVA – Movimento Doentes Pela Vacinação lembra que a Pneumonia pode deixar sequelas irreversíveis ou mesmo levar à morte. Reforça a importância de apostarmos na sua prevenção através da vacinação antipneumocócica, um ato com ganhos quantitativos e qualitativos, transversais à sociedade. Investir na vacinação individual é também investir em saúde pública, prevenir internamentos e contribuir para a diminuição do recurso aos serviços de saúde, nesta fase, sobrecarregados.
A estatística mostra que a interação entre o vírus da Gripe e o pneumococo – a bactéria responsável pela maioria dos casos de Pneumonia – aumenta em dezenas de vezes o risco de contrairmos a doença. Num ano em que se espera um agravamento da gravidade dos casos de Gripe, devemos estar particularmente atentos e proteger-nos também contra a Pneumonia, uma doença grave e potencialmente fatal. Apesar de ser prevenível através de vacinação, a Pneumonia ainda mata, todos os dias, uma média de 13 pessoas no nosso país. 4,2% da mortalidade ocorrida em 2019, segundo o INE.
“Trabalhamos diariamente para alterar esta tendência – sobretudo porque a maioria dos casos pode ser evitada. Contrair uma Pneumonia é sempre grave, qualquer que seja a altura do ano, mas se a contrairmos em pleno pico de Gripe e em contexto de pandemia, será francamente pior. Não devemos arriscar. Façamos a nossa parte, apostando na vacinação”, afirma Isabel Saraiva, fundadora do MOVA.
Para assinalar o Dia Mundial da Pneumonia, o MOVA reforça que devemos ter especial atenção aos mais propensos a contrair a doença: as crianças pequenas, as pessoas com mais de 65 anos, e os adultos portadores de doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais.
A Pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida de quem a contraiu. Bronquiectasias (deformação dos brônquios) e compromisso da função pulmonar são apenas dois exemplos, tal como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar. Podemos evitar grande parte das Pneumonias e respetivas sequelas através de vacinação.
A vacina é gratuita para as crianças e alguns segmentos de adultos, para quem já se encontra em PNV, e é parcialmente comparticipada pelo estado para a restante população. A sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença.
A proteção dos grupos de risco através de imunização é uma das grandes causas do Movimento Doentes pela Vacinação. Composto por especialistas e associações de doentes, o movimento de cidadania apela à acessibilidade da vacina a pessoas que se encontrem em situações de maior fragilidade.
Sobre o MOVA
A vacinação ao longo da vida é um dos objetivos do MOVA. Movimento de cidadania fundado há 4 anos pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP, é composto por um total de 15 entidades que incluem a AADIC – Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, a Associação Ares do Pinhal, a ANTDR – Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias, a Associação Portuguesa de Asmáticos, APER – Enfermeiros de Reabilitação, a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, a Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), a Europacolon Portugal – Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, a FPAD – Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Liga Portuguesa Contra a Sida e a MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica.