A Guarda Nacional Republicana (GNR), através das suas Unidades Territoriais e Unidade de Acção Fiscal, realizou entre 29 de setembro e 28 de outubro de 2023 uma operação de fiscalização, em todo o território nacional, com incidência nos locais onde se realize comércio ou produção de produtos contrafeitos e usurpados, designadamente feiras, mercados e lojas, com o objetivo de prevenir e reprimir a contrafação, em especial no âmbito da Propriedade Industrial.
No decorrer da operação, os militares da Guarda fiscalizaram 42 feiras, mercados e lojas, 380 viaturas, tendo sido elaborados diversos autos de notícia, destacando-se:
· 42 crimes de contrafação e a constituição de 43 arguidos com idades compreendidas entre os 19 e os 63 anos;
· Dois crimes de condução sem habilitação legal;
· Um crime de venda de material de jogo sem autorização;
· 144 contraordenações no âmbito do regime de bens em circulação (RBC), nomeadamente por falta de documentos de transporte e/ou omissões/inexatidão dos documentos de transporte;
· Uma contraordenação no âmbito do imposto sobre veículos (ISV);
· Uma contraordenação por falta de inspeção periódica obrigatória (IPO);
· 16 contraordenações à legislação rodoviária, ambiental e geral.
Foram realizadas as seguintes apreensões:
· 11 728 artigos contrafeitos, entre calçado, vestuário e acessórios;
· Um veículo automóvel que circulava de forma irregular;
· Seis medicamentos veterinários;
· Seis exemplares de plantas invasoras em Portugal.
A contrafação tem assumido proporções crescentes à escala global, com repercussões graves no bom funcionamento dos mercados e na competitividade das economias, distorcendo a concorrência, quebrando a confiança dos agentes económicos no mercado e retraindo o investimento e a inovação.
Para além das perdas de receitas fiscais para o Estado e da ameaça que representa para os postos de trabalho, as repercussões da contrafação são igualmente graves no plano do consumidor, particularmente quando afeta produtos que põem em risco a segurança e a saúde pública.
Portugal, no âmbito dos projetos EMPACT (European Multidisciplinary Platform Against Criminal Threats), assume o papel de Co-driver no plano de ação operacional da prioridade criminal dos crimes de propriedade intelectual, contrafação de bens e moeda, cabendo à GNR a responsabilidade nacional por esta prioridade, que visa combater e desmantelar redes criminosas envolvidos em crimes de propriedade intelectual e na produção, venda ou distribuição (física e online) de bens ou moedas falsificados, com foco específico em bens prejudiciais à saúde e segurança dos consumidores, ao meio ambiente e à economia da União Europeia.
A Guarda ao longo do ano tem reforçado as atividades de sensibilização, designadamente para a importância da Propriedade Intelectual e para os perigos da contrafação e pirataria junto de diversos públicos-alvo.