Gentes da nossa terra

Com esse objectivo e focado na sua “geografia sentimental”, na sua cartografia também de afectos feita, na memória que preiteia, ergueu ao palco do sentimento meia centena de nomes que o seu discernimento lhe ditou.

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  • 13:53 | Domingo, 30 de Outubro de 2022
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Rebelo Marinho, ou melhor Joaquim Manuel Rebelo Marinho, para mim o “Necas” desde o tempo das carteiras da escola primária e do nosso comum mestre, o senhor professor Martins Pereira, apresentou ontem no Sátão o seu terceiro livro.

Desta feita, afastou-se da ficção romanceada de “O Carteiro” e “O Bastardo” e brindou-nos com uma monografia, no sentido de dissertação sobre um concelho, o de Sátão, conferindo, como o título anuncia, prevalência e relevo às suas gentes. “Gentes da nossa terra”


Com esse objectivo e focado na sua “geografia sentimental”, na sua cartografia também de afectos feita, na memória que preiteia, ergueu ao palco do sentimento meia centena de nomes que o seu discernimento lhe ditou.

Desde os mais recuados no tempo e já não das nossas gerações, até àqueles que todos ainda recordamos e com quem ainda privámos e privamos, foi um emotivo desfilar de tantos que preservamos nos nossos afectos, nas nossas recordações, na nossa saudade.

O cine teatro municipal do Sátão encheu-se. Acudiram as gentes da nossa terra e à apresentação conferiu-se a dignidade merecida.

Desfilaram ranchos folclóricos, grupos corais, tunas, briosos e afinados em síntonas coreografias.

Deu as boas vindas o presidente da autarquia, Alexandre Vaz e apresentou o livro o nosso colega Carlos Paixão. Fê-lo com a presteza, competência e sapiência que todos lhe reconhecemos. Com elevação e pormenor. Com expressividade e gosto.

Rebelo Marinho rematou. Fê-lo de forma certeira e afectuosa, ali consubstanciando, coma sua  vivaz retórica, a essência deste seu testemunho, que se alargou em festiva romaria por velhas histórias e tradições e História, turismo e lazer.Pelo Sátão, terra e gentes…

São 457 páginas de evocações e relembranças, de tributos e preitos vários, de reminiscências perdidas convocadas ao palco da homenagem.

Para que o esquecimento não anule definitivamente quantos, quando nós também passarmos, as brumas de Cronos apagarem…

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