Segundo o vice-presidente da FPAS, Manuel Pavese, aquele organismo acionou os “cerca de 100 associados”, clubes e outras associações, bem como “85 empresas de atividades marítimo-turísticas com prática de mergulho com garrafas” e outras “20 empresas de mergulho profissional”, com o apoio da Associação de Empresas de Mergulho Profissional, e também cerca de meia centena de outras entidades que possuem estes equipamentos, para os disponibilizar aos hospitais.
Estes clubes e outras entidades, espalhados “pelo país todo, sobretudo no litoral”, querem apoiar o esforço de ‘combate’ à pandemia de covid-19, com Pavese a lembrar que “o estatuto de utilidade pública desportiva” da FPAS.
Assim, estão disponíveis “na indústria cerca de 3.500 garrafas” inventariadas pela federação, a que se soma uma “quantificação por amostragem de cerca de 1.500 garrafas nos clubes associados”, um número que pode ser ampliado com base em “notícias de que outras entidades”, como algumas corporações de bombeiros, têm garrafas por usar.
O material já inventariado tem uma “capacidade média de 12 litros”, porque há embalagens de várias capacidades, e a estimativa de 5.000 é feita “muito por baixo”, pelo que existirá mais material disponível.
As garrafas, que são utilizadas na prática de mergulho recreativo e técnico, em modalidades como o ‘snorkeling’, podem armazenar misturas de ar enriquecido ou mesmo 100% oxigénio, o que pode auxiliar doentes infetados com a covid-19.
O contacto foi já feito com a Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, com a DGS “a analisar”.
A autoridade de saúde pediu ainda à FPAS que fizesse “o registo da ideia numa plataforma” para o efeito, aguardando agora a resposta, explicou o vice-presidente.
Este material seria utilizado nos hospitais para transportar oxigénio e fazê-lo chegar a quem precisa, apresentando-se como muito mais práticos e acessíveis para transporte, com Manuel Pavese a aproximar a situação de uma questão de “vasilhame”, em que será necessário mais material, em particular “nos hospitais de campanha”.
A transformação das máscaras torna-as, efetivamente, “terminais de ventilação respiratória não invasiva”.
Em Itália, Espanha e em França, Pavese garante já estarem também a ser utilizadas máscaras de mergulho transformadas, que permitam a oxigenação de doentes, por um lado, e a prevenção do contágio, por outro, além de serem mais baratas do que os produtos já existentes e certificados no mercado.
O dirigente federativo destaca o “contacto privilegiado” com pelo menos duas empresas italianas que fabricam as versões adaptadas e que terão milhares de produtos em ‘stock’, disponíveis “para lá da ajuda aos hospitais de Itália”.
Entre os vários contactos que já receberam contam-se “algumas autarquias”, sobretudo lembrando “a situação dos lares”, em particular no que toca às máscaras, mas a FPAS pretende agir sempre “através das entidades competentes”.