A uma semana do arranque do novo ano letivo, o Portal da Queixa analisou as principais reclamações relacionadas com o setor da Educação. Falta de vagas, problemas com matrículas e com os vouchers dos manuais escolares gratuitos motivaram as reclamações registadas pelos pais nos últimos dois meses, um crescimento na ordem dos 39%, face a 2022. 21% das ocorrências denunciam a falta de vagas, sobretudo nas creches. O Ministério da Educação é o principal alvo das queixas.
A motivar as principais reclamações dos pais/encarregados de educação estão as dificuldades na utilização do Portal das Matrículas – o site através do qual se processaram as matrículas ou renovação -, a gerar 24.3% das queixas recebidas no período em análise.
As dificuldades na obtenção dos livros escolares, relacionadas com os vouchers MEGA (Manuais Escolares Gratuitos) que são disponibilizados pelo Ministério da Educação (ME), ocupam uma fatia 17% das queixas sobre o acesso, falta ou atraso dos vouchers.
A absorver 16.8% das reclamações estão (ainda) os problemas com a devolução dos manuais escolares, onde os pais contestam a regra de devolução dos manuais, a recusa ou não aceitação da devolução dos livros pela entidade competente.
Segundo aferiu a análise, a maioria das reclamações registadas, nos últimos dois meses, estão concentradas no Ministério da Educação, que foi alvo de 52.3% das queixas. Já a plataforma MEGA, foi responsável por 14.7% das ocorrências registadas.
Relativamente às marcas que comercializam os materiais escolares – que se encaixam nas categorias Hipermercados, Livrarias, Material de Escritório e Consumíveis, Tecnologia e Eletrónica de Grande Consumo, Impressão e Publicidade -, estas acolheram 33% das reclamações, entre julho e setembro. Correspondem a casos de consumidores que se queixam do atraso na entrega dos materiais escolares/manuais adquiridos na loja.
Aumento do preço do material escolar vai potenciar mais reclamações
Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa e CEO da Consumers Trust, destaca: “Infelizmente, todos os anos, a marcar o regresso das aulas, constatamos na plataforma o avolumar de relatos de experiências negativas de pais e encarregados de educação, quer relacionadas com as dificuldades na utilização dos canais digitais do estado (portal das matrículas e plataforma MEGA), quer referentes ao acesso aos Vouchers e entrega dos respetivos manuais gratuitos e, na minha opinião ainda mais preocupante, os casos onde pais reportam a falta de vagas nas creches, com verdadeiros relatos de desespero e indignação. De lamentar também o aumento de 39.5% do número de reclamações, em comparação com o mesmo período homólogo de 2022, facto que revela o cenário de maior insatisfação por parte dos consumidores: alunos, pais e encarregados de educação. Antevemos ainda que, este mês, a tendência de crescimento do volume de reclamações se vá manter devido à subida de 14% do preço do material escolar, motivo que certamente vai gerar muitas queixas na plataforma.”