Um estudo que acaba de ser publicado na revista científica Palaeoworld reporta a descoberta de novas pegadas de dinossauros carnívoros do Jurássico no Cabo Mondego e revela ambientes e modos de vida destes animais.
Nesta investigação, que envolveu cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil, da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), foram encontradas dezenas de pegadas.
O estudo agora publicado na revista Palaeoworld, prosseguem, apresenta a «caracterização dos aspetos morfológicos das pegadas e a sua relação com as superfícies arenosas por onde caminhavam. Os resultados obtidos evidenciam condições de humidade variadas associadas à génese das pegadas e uma grande diversidade de dinossauros».
Além disto, salientam os cientistas, «reconheceu-se que no decorrer do intervalo de 160 a 156 milhões de anos atrás existiu uma modificação nos grupos de dinossauros produtores de pegadas: predomínio inicial por herbívoros e carnívoros de grande porte e, ulteriormente, predomínio dos carnívoros de menor tamanho».
Com estas descobertas ampliou-se o número de camadas com pegadas de dinossauro caracterizadas no Monumento Natural do Cabo Mondego, transformando-o «num dos mais importantes marcos do registo fóssil ibérico, valorizando ainda mais o Geoparque do Atlântico», concluem.
O artigo científico, intitulado “Dinoturbation in Upper Jurassic siliciclastic levels at Cabo Mondego (Lusitanian Basin, Portugal): evidences in a fluvial-dominated deltaic succession”, está disponível em: https://doi.org/10.1016/j.palwor.2021.09.001.