A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) integra o consórcio europeu i-Violin, que vai trabalhar na harmonização dos procedimentos que utilizam radiação ionizante (nomeadamente tomografia computorizada do tórax, abdómen e pélvis) em doentes oncológicos.
O objetivo passa por eliminar as disparidades atualmente existentes na realização de exames de diagnóstico que utilizam radiação ionizante na Europa, tendo como foco a proteção do doente. “Apesar do desenvolvimento tecnológico exponencial nesta área, o que a literatura tem mostrado é que não estamos a assistir a uma redução na dose de radiação ionizante utilizada em linha com a que a tecnologia possibilita”, explica Graciano Paulo, presidente da ESTeSC-IPC e um dos investigadores responsáveis pelo projeto. Acresce que a dose de radiação aplicada “varia em função do equipamento, do profissional, da unidade de saúde e do local em que se realiza o procedimento”. Uma realidade que tem um impacto particularmente significativo nos doentes oncológicos, que, além dos exames de diagnóstico, serão sujeitos à radiação que decorre dos planos de tratamento por radioterapia.
Trabalhando sobretudo os procedimentos de tomografia computorizada nas regiões torácica, abdominal e pélvica, o i-Violin vai desenvolver protocolos personalizados ao doente e à respetiva indicação clínica, no sentido aplicar a menor dose de radiação possível a cada indivíduo, sem prescindir da qualidade de imagem necessária para fazer o diagnóstico e/ou planeamento.
Para isso, será criada uma base de dados europeia de imagem de Tomografia Computorizada, resultante de vários parâmetros de imagem, respetivos descritores de dose do doente e qualidade de imagem, que serão posteriormente disseminados através dos hospitais europeus, autoridades de saúde e outros stakeholders. Numa segunda fase, serão desenvolvidos programas de formação para profissionais de saúde, nomeadamente radiologistas, técnicos de radiologia e radioterapia, medicina nuclear e especialistas em física medica.
O projeto tem a duração de dois anos e, além de Graciano Paulo, tem como interlocutora na ESTeSC-IPC a docente Joana Santos.