Estado de “calamidade” isola o concelho de Ovar

O município de Ovar, hoje declarado em situação de calamidade pública, passa na quarta-feira a controlar as entradas e saídas no concelho, assim como a circulação de pessoas que estejam na rua sem ser por “necessidade premente”.

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  • 21:55 | Terça-feira, 17 de Março de 2020
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A decisão de controlo de fronteiras e tomada pelo Ministério da Administração Interna, em articulação com o Ministério da Saúde e com a autarquia do distrito de Aveiro, resulta de uma situação de “contaminação comunitária pela Covid-19”, que dá já por confirmados 28 casos de infeção pelo novo coronavírus e uma grande probabilidade de dezenas de outros casos em análise virem a ser diagnosticados como positivos.

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, descreve o momento atual como “crítico, histórico e caótico”, defendendo que a única maneira de se travar o contágio é “eliminar o contacto social presencial” entre os 55.000 habitantes do concelho.

“Temos todos que ficar em casa e encerrar tudo o que pudermos”, afirma.


A atividade empresarial no município de Ovar ficará assim restringida aos setores que comercializam bens de primeira necessidade – venda ou produção de alimentação, medicamentos e combustível, por exemplo – e vai envolver “cercas sanitárias” que permitam às forças de segurança controlar o fluxo de população a entrar e sair do território.

O vice-presidente da autarquia, Domingos Silva, explicou que ainda estão a ser delineadas as operações concretas que permitirão instituir esse controlo, mas admitiu que, tendo o concelho vários pontos viários de acesso ao território, “é provável que algumas estradas sejam cortadas e só outras fiquem a funcionar”.

Quanto à circulação ferroviária, “os comboios vão ter que circular sem paragens na zona entre Esmoriz e Válega”, isto é, entre as estações nos extremos norte e sul do município.

A circulação individual no território, por sua vez, continuará a poder fazer-se “com as devidas cautelas”, até porque não foi implementado o regime de recolher obrigatório” mas a população deve estar preparada para a qualquer momento “poder ser interpelada pelas forças de segurança para explicar o que anda a fazer na rua”.

Caso a circulação não se deva a “necessidades prementes”, os cidadãos em causa podem ser alvo de contraordenações que implicarão sempre “algumas centenas de euros” em multa.

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