A Central de Biomassa vai ter de fazer algumas correções, nomeadamente em relação ao critério da “incomodidade” do ruído. Afinal, não está tudo bem, como revela o estudo independente que a Câmara mandou fazer e que conclui que às casas mais próximas da Central chegam níveis de ruído que incomodam efetivamente os moradores, problema que terá de ser corrigido.
A informação foi prestada pelo presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, na Assembleia Municipal realizada na passada terça-feira. Todos os partidos da oposição voltaram ao tema e Paulo Fernandes deu conhecimento que o proprietário tem 80 dias para proceder às necessárias correções para reduzir os níveis do ruído emitidos pela central e que afetam quem mora mais perto.
Luís Lourenço, da CDU, lembrou que “foram assumidos compromissos que não foram cumpridos”, principalmente relativos à utilização de destroçadores e tratamento de cinzas, não poupando críticas ao projeto.
“O empreendimento não cumpre com os objetivos para que foi criado. Tem atuações de legalidade e legitimidade no mínimo duvidosas. Não contribui, de forma substancial, para a criação de emprego e riqueza para o concelho”, afirmou, perguntando qual é o montante das dívidas da Central ao Município”, tendo ficado sem resposta. “O Município tem responsabilidades e nós, enquanto eleitos municipais, não podemos ficar indiferentes”, concluiu.
José Pina, do PS, interveio também no sentido de que é preciso fazer mais relativamente à Central de Biomassa do que “mitigar o impacto”. E do Bloco de Esquerda, António Fiúza também voltou ao tema para perguntar que medidas já foram tomadas para reduzir o ruído.
O presidente da Câmara, Paulo Fernandes, respondeu que o estudo confirma alguns problemas e que foi dado um prazo de 80 dias para o proprietário repor “alguma legalidade”, através de várias intervenções.
Recorde-se que as centrais termo elétricas a biomassa florestal de Viseu e do Fundão foram criadas no âmbito de um concurso nacional de 2006 para a atribuição de 100 MVA de capacidade de injeção de potência na rede elétrica.
Cortesia: Jornal do Fundão