Castelo Branco: I Encontro Internacional de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável

O país convidado desta primeira edição é a Ucrânia. A tecelagem era um ofício importante para todas as famílias ucranianas – as pessoas produziam linho, toalhas, xailes, capas para bancos e tapetes, entre outras coisas. Da Ucrânia chegam, também, esculturas em madeira, pintura decorativa e olaria.

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  • 9:55 | Terça-feira, 04 de Abril de 2023
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A cooperação e a partilha de boas práticas entre autarquias são essenciais para um avanço económico, social e ecológico correto.

A propósito da candidatura de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da Unesco, na categoria de Artesanato e Artes Populares com o Bordado de Castelo Branco, a autarquia promove o I Encontro Internacional de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável.

Entre os próximos dias 12 e 15 o Centro de Cultura Contemporânea acolhe escritores, historiadores, jornalistas, políticos e especialistas de todo mundo (Espanha, Estados Unidos da América, Cabo Verde, Brasil, México, Marrocos e Togo) para pensar o futuro com a criatividade como base para tudo.


O país convidado desta primeira edição é a Ucrânia. A tecelagem era um ofício importante para todas as famílias ucranianas – as pessoas produziam linho, toalhas, xailes, capas para bancos e tapetes, entre outras coisas. Da Ucrânia chegam, também, esculturas em madeira, pintura decorativa e olaria.

Mudar o mundo pode ser mais fácil do que parece. Basta acreditar e trabalhar para que tal aconteça. Ao longo de quatro dias muito intensos Castelo Branco discute os próximos passos de um futuro que todos querem melhor.

A candidatura de Castelo Branco às cidades criativas da Unesco com o Bordado fica muito mais rica com a discussão à volta do que já está a ser implementado em outros mercados e locais do globo.

O historiador e diretor da iniciativa Cidades Criativas da Fundação catalã Kreanta, Félix Manito traça as decisões estratégicas e os novos desafios das cidades criativas. É o ponto de partida para um trabalho que se acredita ser vantajoso para todos integrantes e futuros integrantes como Castelo Branco.

Aprender com exemplos estrangeiros é um dos benefícios do programa. Paducah, uma cidade do Kentucky, EUA, conhecida como “a cidade das colchas” vem a Castelo Branco explicar o Projeto “Paducah Cidade Criativa” na categoria de artesanato e artes populares.

Já Tétouan, o segundo maior polo económico de Marrocos, abraça o artesanato desde a fundação da cidade no século XV, com cerca de 6 mil unidades artesanais vem relembrar, por exemplo, que o artesanato é uma atividade unificadora para as comunidades.

Onde o artesanato é, também, o principal motor da economia local é em San Cristóbal de las Casas, Chiapas, no México. Os habitantes locais juntam-se a um mundo moderno que lhes deve trazer futuro e bem-estar.

A arte da tecelagem marca presença através de Sokodé, no Togo. Uma vez mais, a vitalidade e dinamismo do artesanato são “players” importantes na economia local.

Castelo Branco dá, ainda, as boas-vindas à Ilha de Brava, Cabo Verde, e São Luiz do Paraitinga, no Brasil, com outras visões da temática geral.

Não podia, contudo, faltar uma abordagem mais pedagógica, com o ensino e a prática do artesanato e das artes populares, bem como, a importância do Turismo Criativo para a Sustentabilidade Territorial. Cultura, Criatividade e Desenvolvimento Territorial devem andar de mãos dadas.

A diretora regional da Cultura do Centro, Suzana Menezes, explica o porquê, depois de Montserrat Preja Eastway, a codiretora da Cátedra de Barcelona de Estudos Habitacionais vir falar da Economia Criativa como eixo estratégico para o desenvolvimento local, numa palestra partilhada com Ernesto Vilar Figueiras, professor da Universidade da Beira Interior.

Aprende-se com a experiência dos outros e apresenta-se, desta forma, ao mundo o bordado tradicional deixando clara a importância da sua preservação, ensino e certificação, sem esquecer, o turismo – o braço direito da sustentabilidade económica de todo processo.

Durante quatro dias Castelo Branco está no epicentro das cidades criativas da Unesco. Em junho próximo vai ser entregue a candidatura à rede na Categoria de Artesanato e Artes Populares – Bordado de Castelo Branco. Com características que o tornam único e distinto entre os bordados portugueses é necessário o seu reconhecimento a nível global. A intensidade das cores e a luz é conferida pelos fios de seda, bordados sobre a base de linho artesanal cru. Os desenhos/motivos têm uma simbologia própria: a Árvore da Vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações – todos com um perfil claramente exótico.

 

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