Os movimentos migratórios e o seu impacto na vida individual e coletiva foram o ponto de partida para o evento comunitário “Ecos da Ida e do Retorno”, que a associação Binaural Nodar promoveu, no último sábado, 17 de junho, em Vouzela.
Música, arte sonora e vídeo experimental estiveram entre as propostas do encontro, que incluiu a apresentação pública das obras criadas, em residência artística, por Lucía Chamorro (Uruguai), Ricardo Arbiza (Uruguai), Riikka Haapasaari (Finlândia) e Silvia Angles (Argentina), durante a sua estadia no concelho.
A unir as diversas experiências e sensibilidades, realizou-se um showcooking, com o apoio da Escola Profissional de Vouzela (EPV), que deu a conhecer sabores de São Tomé e Príncipe e outras iguarias de aquém e além mar.
Como já é imagem de marca da Binaural Nodar, foram conjugadas áreas artísticas diferentes, combinando uma programação artística mais contemporânea, em equilíbrio com um estilo popular. Houve tempo para assistir a uma demonstração de danças tradicionais de São Tomé e Príncipe, protagonizada por alunos daquele país que estão a estudar na EPV, e para ouvir o Grupo de Cavaquinhos “Os Resistentes de Ventosa”. Na Igreja de São Frei Gil, foi exibido o documentário “António, Lindo António”, de Ana Maria Gomes, numa parceria com o Cine Clube de Viseu.
Fomentar o diálogo entre diferentes sensibilidades e grupos
O Presidente da Binaural Nodar, Luís Costa, não escondeu a satisfação. “O balanço é positivo, fundamentalmente pela diversidade dos projetos artísticos desenvolvidos, que acabaram por trabalhar com diferentes grupos da comunidade de Vouzela, incluindo estudantes da Escola Profissional de Vouzela, elementos da Universidade Sénior e a Confraria de Gastrónomos de Lafões. Essa diversidade refletiu-se na apresentação final, concebida para ser um evento de proximidade, que teve a gastronomia como elo de ligação, o que acabou por ser outra das novidades”, salientou o responsável, sem esquecer que foi possível “fomentar o diálogo entre grupos que não comunicam de forma habitual”.
O responsável deixa ainda uma palavra de agradecimento a todos os artistas, parceiros institucionais e à comunidade que colaborou com o desenvolvimento dos projetos artísticos e a todo o público que esteve presente no evento.
Novos rumos
A temática das migrações vai continuar nos horizontes da Binaural Nodar, servindo de mote a uma residência artística a realizar, de 26 de junho a 8 de julho, na freguesia de Côta, em Viseu.
Ainda nesta premissa, mais concretamente a ligação entre o arquipélago da Madeira e Vouzela, segue-se uma criação artística em que vão participar Liliana Silva e Dolores Spínola. E assim se dá por concluído o ciclo de atividades sobre o tema.
A Binaural Nodar parte para novas descobertas e vai participar, em julho, no programa de férias “Pequenos em Grande”, dedicado às crianças do concelho de Vouzela, com três ateliês “Skatch & Sound”, que vão desafiar os mais novos a ouvir e a desenhar motivos relacionados com a água. Este é, aliás, o pontapé de saída para a nova temática que a associação se compromete a aprofundar: a Água.
A Binaural Nodar é uma estrutura cultural apoiada pelo Governo Português – Cultura | Direção-Geral das Artes.