BE Viseu Apresentação da lista às eleições legislativas

“viver no interior de Portugal é, para muitos, um ato de resistência silenciosa. Onde as escolas fecham por falta de crianças, os centros de saúde perdem médicos, os transportes desaparecem e os serviços mais básicos vão sendo cortados, como se a vida no interior fosse um luxo ao invés de um direito (...) "

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  • 12:29 | Segunda-feira, 14 de Abril de 2025
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No passado dia 12 de abril, o Bloco de Esquerda de Viseu apresentou a sua lista às próximas eleições legislativas. A iniciativa contou com a presença e intervenção de Catarina Martins, de Graça Marques Pinto, mandatária da lista, bem como dos primeiros candidatos David Santos e Fátima Teles.

Na sua intervenção, Catarina Martins alertou para o perigo da normalização do discurso belicista na Europa, afirmando:
“Se nos dizem que vivíamos na ilusão da paz permanente, e se a geração anterior lutou para acabar com a guerra, recuso-me a aceitar a inevitabilidade de que a geração das minhas filhas tenha de ir para a guerra. Uma Europa armamentista e apostada na guerra é uma Europa contra as pessoas e compromete o futuro das novas gerações.”

Catarina Martins sublinhou ainda que a Europa já detém capacidade armamentista superior à da Rússia, denunciando a narrativa que tenta impor a necessidade de uma economia de guerra. Essa falácia compromete o investimento no combate às alterações climáticas e enfraquece as funções sociais do Estado, nas áreas da saúde, habitação, educação e na melhoria das condições de vida das pessoas, acrescentou.

Já David Santos, cabeça de lista, focou-se nas dificuldades crescentes no acesso ao Serviço Nacional de Saúde e na degradação dos serviços públicos, declarando:
E tudo é pretexto e ocasião para encerrar, por exemplo, umas urgências pediátricas, mais uma valência ou extensão de saúde, porque no final do dia o que interessa é tornar a oferta privada de saúde incontornável. Mesmo se isso implique custos brutais para quem vive do seu salário ou de uma pensão baixa, assistindo assim à degradação da sua qualidade de vida.”


 

Durante a sua intervenção, Fátima Teles destacou a realidade das populações do interior, sublinhando que “viver no interior de Portugal é, para muitos, um ato de resistência silenciosa. Onde as escolas fecham por falta de crianças, os centros de saúde perdem médicos, os transportes desaparecem e os serviços mais básicos vão sendo cortados, como se a vida no interior fosse um luxo ao invés de um direito. O resultado é sempre o mesmo: as pessoas partem, não por escolha, mas porque as condições para ficar lhes foram retiradas.” Reforçou ainda a necessidade de políticas públicas que garantam mobilidade, acesso à saúde, habitação digna e apoio à economia local, como condição essencial para fixar população e devolver vitalidade às aldeias e vilas do país.

O Bloco de Esquerda reafirma, assim, o seu compromisso com a defesa da paz, da justiça social e dos serviços públicos, defendendo uma sociedade que coloque as pessoas e os seus direitos no centro das políticas.

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