Nuno Peixinho, astrofísico da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), tem agora um asteróide com o seu nome. A homenagem partiu do Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU). O asteróide, anteriormente designado por (40210) 1998 SL56, passou a designar-se (40210) Peixinho.
Descoberto a 16 de setembro de 1998, este asteróide de pouco mais de 10 km de diâmetro, pertence à cintura de asteróides e orbita o Sol a uma distância média 3 vezes superior à distância da Terra ao Sol, completando uma órbita em cerca de 5,3 anos.
O (40210) Peixinho é o tipo de asteróide que, se viesse em direção à Terra, poderia causar um evento de extinção em massa. «Saber que há agora aí pelo Espaço um asteróide com o mesmo tamanho daquele que, presumivelmente, ao colidir com a Terra há 66 milhões de anos levou à extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, onde se incluem os famosos dinossauros… deixa-me sem palavras», comenta Nuno Peixinho.
Devido ao potencial perigo, o investigador do polo da Universidade de Coimbra do IA foi «logo verificar qual era a sua órbita para ver se era um asteróide classificado como potencialmente perigoso. Não é! Daqui a cem milhões de anos ainda deve andar mais ou menos pelo mesmo sítio, mas não sei se conseguirei convencer o meu avô disso».
A atribuição do nome a um destes corpos passa por um longo processo. Inicialmente recebe uma designação provisória de acordo com uma fórmula bem definida que envolve o ano da descoberta, duas letras e, se necessário, outros algarismos (por exemplo, 1989 AC ou 2002 LM60). Quando a sua órbita se encontra suficientemente bem determinada, o corpo recebe uma designação permanente, que consiste em acrescentar um número à designação provisória, emitido sequencialmente pelo “Minor Planet Center” — por exemplo (341), ou (40210).
O seu descobridor é depois convidado a sugerir um nome, tendo esse privilégio por um período de dez anos após a numeração do objeto. Todos os nomes propostos são avaliados pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos. Existem pouco mais de um milhão de pequenos corpos do Sistema Solar catalogados, cerca de meio milhão já têm designação permanente, mas só 22.505 têm nome.