AR – Voto de pesar pelo falecimento de Jorge Coelho

Jorge Coelho era uma pessoa singular. A suas muitas qualidades políticas e humanas - inteligência, argúcia política, competência, capacidade organizativa e de trabalho, força anímica, alegria de viver, sagacidade, sentido de responsabilidade – têm sido sublinhadas pelos inúmeros amigos de todas as idades e quadrantes políticos. Era verdadeiramente exemplar na forma como cultivava a amizade e na sua genuína capacidade de dar atenção aos outros, de estar próximo e dizer presente, sem regatear tempo nem esforços.

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  • 20:40 | Quinta-feira, 15 de Abril de 2021
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Hoje, na Assembleia da República foi aprovado o seguinte Voto de Pesar pelo falecimento de Jorge Coelho:

“Faleceu no passado dia 7 de março o ex-Deputado, ministro e empresário Jorge Coelho. Tinha 66 anos.

Natural de Contenças, no concelho de Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho nasceu a 17 de julho de 1954, estudou no Colégio de Santa Maria e São José e licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa.


Politicamente ativo antes e depois da Revolução dos Cravos, Jorge Coelho filiou-se no Partido Socialista em 1982, onde desempenhou as mais diversas funções e praticamente todos os cargos, exceto o de Secretário-geral, e se manteve como militante até à sua morte.

Jorge Coelho teve uma atividade profissional diversificada, um empenhado percurso político, tendo desempenhado os mais relevantes cargos públicos. Começou muito jovem, em 1983, como chefe de gabinete do secretário de Estado dos Transportes do IX Governo Constitucional, Francisco Murteira Nabo. Mais tarde, entre 1989 e 1991, foi secretário adjunto para a Educação e Administração Pública do governo de Macau.

Em 1995, no XIII governo liderado por António Guterres, assumiu o cargo de ministro adjunto, cargo que, em 1997, acumulou com o de ministro da Administração Interna. A ele se deve o lançamento em Portugal do conceito de Loja do Cidadão. Em 1999, tomou posse como ministro da Presidência e do Equipamento Social e, em 2000, passou a ministro de Estado e do Equipamento Social. Na sequência da queda da Ponte Hintze Ribeiro de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, a 4 de março de 2001, pediu a demissão do governo, assumindo a responsabilidade política pelo acidente, porque «a culpa não pode morrer solteira».

Foi deputado na V, VI, VII, VIII, IX e X Legislaturas, tendo sido Presidente da Comissão do Poder Local, Ordenamento do Território e Ambiente.

Foi Conselheiro de Estado, eleito pela Assembleia da República entre 2005 e 2009.

Em 2006, renunciou ao mandato de deputado e abandonou todos os cargos partidários para se dedicar à atividade profissional, assumindo em 2008 o cargo de CEO do Grupo Mota-Engil.

Foi comentador no programa Quadratura do Círculo na SIC Notícias, posteriormente designado Circulatura do Quadrado, quando transitou para a TVI24, onde foi substituído por Ana Catarina Mendes a partir de setembro de 2020.

 

Jorge Coelho era uma pessoa singular. A suas muitas qualidades políticas e humanas – inteligência, argúcia política, competência, capacidade organizativa e de trabalho, força anímica, alegria de viver, sagacidade, sentido de responsabilidade – têm sido sublinhadas pelos inúmeros amigos de todas as idades e quadrantes políticos. Era verdadeiramente exemplar na forma como cultivava a amizade e na sua genuína capacidade de dar atenção aos outros, de estar próximo e dizer presente, sem regatear tempo nem esforços.

Jorge Coelho partiu cedo demais, mas deixa-nos um excecional legado e a memória de um político com visão estratégica, de um amigo afetuoso, de um homem bom e uma imensa saudade.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de Jorge Coelho e transmite as suas condolências à sua mulher, filha, netos, família e amigos.”

 

 

 

(Fotos DR)

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