Amnistia Internacional assinala o Dia Mundial do Refugiado com vigília “às portas da Europa” e entrega cerca de 15 mil assinaturas

“A falta de respostas da União Europeia para os fluxos migratórios da última década tem, erradamente, sido referida como a ‘maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial’. Devemos ter muito presente que a crise não é de refugiados. A crise é de solidariedade, de liderança e de capacidade de criação de políticas e mecanismos que cumpram o direito internacional humanitário”

Tópico(s) Artigo

  • 9:16 | Quinta-feira, 17 de Junho de 2021
  • Ler em 2 minutos

No próximo dia 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, a Amnistia Internacional – Seção Portuguesa irá organizar uma vigília junto à Praça Europa em Lisboa, entre as 21h e as 22h30, com a entrega de cerca de 15 mil assinaturas do manifesto “Eu Acolho”, que apela aos líderes políticos a criação de rotas legais e seguras, a partilha de responsabilidades no acolhimento entre todos os Estados europeus e o desenvolvimento de mecanismos que garantam um melhor acolhimento e integração dos refugiados.

Em solidariedade com esta ação nacional, no mesmo dia, irão ser organizadas outras cinco vigílias em vários pontos de Portugal. Em Viseu a vigília irá acontecer na Escadaria da Igreja dos Terceiros (Avenida Alberto Sampaio), entre as 21h e as 22h30, organizada pelo Grupo Local de Viseu da Amnistia Internacional.

Em Portugal, este manifesto é dirigido a António Costa, primeiro-ministro do país, instando a que sejam tomadas medidas que facilitem a integração e autonomia dos refugiados em território nacional, e que a sua influência seja utilizada para construir este caminho junto da União Europeia (UE), da CPLP e das Nações Unidas.

Por essa razão, a organização convidou António Costa a estar presente para receber as assinaturas do manifesto, estendendo igualmente o convite a Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República portuguesa; a Augusto Santos Silva, ministro dos negócios estrangeiros; a Eduardo Cabrita, ministro da administração interna e aos vários grupos parlamentares. A organização convidou ainda algumas pessoas refugiadas em Portugal para estarem presentes e contarem a sua história, bem como associações de refugiados e outras organizações da sociedade civil que trabalham pelo seu acolhimento e integração.


“A falta de respostas da União Europeia para os fluxos migratórios da última década tem, erradamente, sido referida como a ‘maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial’. Devemos ter muito presente que a crise não é de refugiados. A crise é de solidariedade, de liderança e de capacidade de criação de políticas e mecanismos que cumpram o direito internacional humanitário” refere Pedro A. Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal. O responsável nota ainda que “ apesar de os países se terem vinculado a compromissos internacionais em matéria de direitos humanos, em especial no que respeita à migração e prestação de asilo, os estados têm falhado consistentemente na proteção das pessoas, no cumprimento das suas obrigações para com o mundo. As respostas que têm sido dadas não são suficientes. A dignidade dos migrantes, dos requerentes de asilo e dos refugiados não tem sido garantida, e a sua integração não se tem revelado uma prioridade para os decisores.”

Com esta vigília, a Amnistia Internacional renova a sua profunda preocupação com as condições que os refugiados enfrentam na UE, depois da sua longa e perigosa travessia em busca de segurança numa Europa que tem falhado em atribuí-la. É necessário criar mais pontes e derrubar os muros de ódio, preconceito e de obstáculos burocráticos.

 

 

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Última Hora