O presidente da Autoridade Nacional das Comunicações veio a público afirmar que “O custo final da operação vai ser substancialmente inferior ao custo que a empresa Altice tinha proposto no início. (…) o custo iria situar-se na ordem dos 25 milhões de euros. (…) Neste momento, e estamos praticamente a chegar ao fim da operação, o custo total da migração da TDT deverá ser inferior a quatro milhões de euros. (…) Estamos a falar de uma poupança muito significativa para o país do ponto de vista desta mudança tecnológica”.
Importa esclarecer, de forma séria e escrupulosamente verdadeira, que o valor apontado pela ANACOM como sendo o valor total da proposta da Altice Portugal para o processo de migração da TDT, não corresponde, em nada, à realidade dos factos.
Como é do bom conhecimento do Regulador, o valor referido não consta de nenhuma proposta apresentada pela Altice Portugal. É do conhecimento do Regulador que foi este a solicitar à LS Telcom um estudo no âmbito do concurso aberto pela ANACOM relativo ao “Alargamento da Oferta de Serviços de Programas na Televisão Digital Terrestre” e no qual foram identificados 21 Milhões de euros, pela empresa LS Telcom, como os custos previsíveis para uma solução de simulcast nacional, em que simultaneamente se faria a migração de tecnologia DVB-T para DVB-T2 para aumentar o número de canais de TV de 9 para 20 a 25.
Assim, a Altice Portugal nunca apresentou uma proposta que incluísse custos numa perspetiva de simulcast nacional, sendo que o que foi apresentado em abril de 2019 aponta para estimativas de custos para a componente de rede e de call center no valor máximo de 8,4 Milhões de euros, sendo que o custo do call center era uma mera estimativa baseada no número esperado de chamadas.